Senador também agradeceu o apoio que vem recebendo desde ontem, nos bastidores, por parte da família do ex-presidente

Um dia após revelar a articulação de um plano golpista com envolvimento de Jair Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) classificou como "parceiraços" os filhos do ex-presidente. Em vídeo publicado em suas redes sociais, o parlamentar também agradeceu o apoio que vem recebendo desde ontem, nos bastidores, por parte da família Bolsonaro.

Na madrugada desta quinta-feira, Marcos do Val afirmou que Bolsonaro tentou coagi-lo para dar um golpe de estado. Mais tarde ele recuou e disse que a iniciativa foi apenas de Silveira. Em depoimento à Polícia Federal (PF), na noite de ontem, Marcos do Val relatou que Bolsonaro se comprometeu a aguardar uma resposta dele a respeito do plano para gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, tema discutido anteriormente em uma reunião no Palácio da Alvorada.

Marcos do Val usou as redes sociais para justificar suas atitudes recentes. O senador vem sendo cobrado por eleitores e seguidores, e chamado de traidor da direita.

— Não tem movimento nenhum de tentar descredibilizar o presidente, não tem absolutamente nada nesse sentido. Porque o próprio Flavio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, o (ex-)presidente (Jair Bolsonaro), os ministros, eu quero aqui agradecer o apoio de todos, do Flavio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, dos ex-ministros que estão dando nos bastidores — afirmou o senador.

O senador descreveu como "sensacional" o suporte que recebeu. E acrescentou que já havia dito que queria a família Bolsonaro o auxiliando, "me dando essa força".

— (Jair) Bolsonaro está sendo comunicado, gentilmente disponibilizou o ministro da Comunicação dele, Flavio Bolsonaro parceiraço, Eduardo Bolsonaro parceiraço, então fiquem tranquilos que estamos trabalhando de forma estratégica — afirmou.

Depoimento entre amigos

Marcos do Val também comentou sobre o depoimento prestado ontem à Polícia Federal (PF) para tratar da articulação de um golpe, com participação de Silveira e Jair Bolsonaro. O senador lembrou que já havia dado treinamentos aos agentes e descreveu a oitiva como uma "reunião de amigos".

— Ontem no depoimento, dado como testemunha, e sorte por meu passado de treinar policiais, eu encontrei muitos amigos e não foi nem um depoimento como testemunha normal, foi uma reunião de amigos onde conseguimos colocar tudo passo a passo, mostrei toda a conversa minha, do ministro (Alexandre de Moraes) e do Daniel (Silveira).

O senador também afirmou que não foi necessário mostrar aos investigadores suas conversas com membros da família Bolsonaro.

— Não mostrei nenhuma conversa minha com o (ex-)presidente, não mostrei nenhuma conversa minha com Flávio Bolsonaro, não mostrei e não permiti ninguém visualizar minha conversa com Eduardo Bolsonaro — ressaltou.


Fonte: O GLOBO