Na sexta-feira, três pessoas ainda foram retiradas com vida de escombros. Mortos causados por tremor passam de 46 mil e ainda devem aumentar

Os esforços de resgate por sobreviventes do terremoto do dia 6 de fevereiro foram encerrados em todas as províncias da Turquia exceto duas, informou a agência de desastres do país, quase duas semanas após o forte tremor matar dezenas de milhares de pessoas.

As esperanças de encontrar alguém com vida são mínimas, mas as buscas continuarão em Kahramanmaras e Hatay, disse o chefe da agência, Yunus Sezer.

Ele disse que os esforços de busca e resgate continuam em cerca de 40 prédios nas duas províncias, mas espera que esse número caia até a noite de domingo.

Equipes de resgate retiraram pelo menos três pessoas vivas dos escombros na sexta-feira, mais de 11 dias depois de terem ficado presas quando o terremoto ocorreu.

Segundo autoridades , o número de mortos no terremoto ultrapassou 46 mil pessoas, sendo mais de 40 mil pessoas na Turquia e 5.800 na Síria. Espera-se que os números subam, pois ainda há muitos desaparecidos. Mais de 84 mil prédios, somando mais de 345 mil imóveis, foram destruídos na Turquia.

Nem a Turquia nem a Síria disseram quantas pessoas ainda estão desaparecidas.

Um total de 11.488 unidades internacionais de busca e resgate de 80 países foram à zona do desastre para fornecer apoio, disse Sezer.

Embora o número de pessoas desalojadas seja incerto, a Al Jazeera estima que haja no mínimo um milhão de turcos vivendo em acampamentos.

Observando que as retiradas da zona do terremoto para outras províncias continuam, Sezer disse que mais de 430 mil pessoas foram transferidas até agora.

— Atualmente, estamos hospedando 313.720 vítimas em pensões públicas, hotéis e outras instalações de acomodação — disse ele no sábado.

Neste domingo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou à Turquia e anunciou US$ 100 milhões (R$ 522 milhões) em ajuda humanitária.

Blinken chegou à Turquia para mostrar apoio, apesar da viagem ter sido planejada antes do terremoto. É sua primeira viagem à Turquia desde que assumiu o cargo, há mais de dois anos.

— [A ajuda] será entregue em breve. Infelizmente, trata-se menos de busca e resgate, mas de recuperação de longo prazo. Este será um esforço de longo prazo— disse ele a repórteres.

Ele acrescentou que levar ajuda à Síria foi "muito, muito desafiador".

Na segunda-feira, Blinken deve se encontrar com o presidente Recep Tayyip Erdogan. Espera-se que a dupla discuta questões como a recusa da Turquia em ratificar os pedidos de adesão da Suécia e da Finlândia à Otan.


Fonte: O GLOBO