Forças de Segurança Pública se reuniram com Prefeitura de Assis Brasil, nesse sábado, para discutir demandas de apoio e assistência na cidade. PRF-AC fiscaliza rodovia para evitar transporte ilegal e venda de combustível

A segurança na cidade de Assis Brasil, cidade do interior do Acre que faz fronteira com o Peru, foi reforçada para impedir a venda ilegal de combustível para peruanos que buscam abastecimento no lado brasileiro. Nesse sábado (4), equipes da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp) se reuniram com representantes da prefeitura para debater o reforço do policiamento e de assistência.

Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC) estão na rodovia fazendo fiscalizações para tentar flagrar motoristas que estejam transportando combustíveis de forma irregular para vender para os peruanos. Não houve prisões até este domingo (5).

Os peruanos continuam lotando o único posto de combustíveis da cidade acreana provocando filas e desabastecimento. Neste domingo, inclusive, não há mais combustíveis no posto. A previsão é de que um carregamento chegue ao município a partir das 16h.

"Permanecem na fila esperando a próxima remessa, mas já acabou. Essa próxima remessa é para agora à tarde, depois das 16h", explicou o vice-prefeito de Assis Brasil, Reginaldo Martins.

Os viajantes são, em maioria, da cidade de Iñapari, que faz fronteira com o município acreano, e começaram a recorrer ao Acre no dia 23 de janeiro, por conta da falta de produtos no Peru em meio à crise política e confrontos entre manifestantes e a polícia. Na mesma semana, o prefeito Jerry Correia chegou a afirmar que a situação estava normalizada.

O vice-prefeito confirmou também que os estrangeiros têm buscados os supermercados e comércios da cidade para comprar comida e outros produtos de uso pessoal. Porém, afirmou que ainda não há relatos de desabastecimento do comércio.

"Eles compram, mas a população ainda não está reclamando de desabastecimento. O comércio tem tido a preocupação de manter o estoque e não está comprometido o abastecimento", reafirmou.


Equipes da Sejusp e da Prefeitura de Assis Brasil se reuniram nesse sábado (4) para ajustar ações — Foto: Arquivo/Sejusp

Segurança reforçada

O secretário adjunto de Segurança Pública, coronel Evandro Bezerra, que esteve na fronteira nesse sábado, explicou que equipes do Grupo Especial de Fronteira e das polícias Rodoviária Federal (PRF-AC) e Militar (PM-AC) permanecem no posto de combustíveis auxiliando motoristas acreanos e peruanos.

"As equipes do Gefron, PRF e PM fazem ponto de permanência e patrulhamento para evitar qualquer problema. Teve um problema de acidente com uma criança [esses dias], que foi causado por um brasileiro, não foi uma contenda. É uma questão humanitária que os peruanos têm buscado recurso no ponto mais próximo, que é Assis Brasil. Não tem restrição na entrada deles", reforçou.


Peruanos enfrentam filas para abastecer veículos em único posto de combustível de Assis Brasil — Foto: Arquivo/Prefeitura de Assis Brasil

O coronel destacou também que foi ajustado com o dono do posto para que uma das bombas de combustível fique exclusivamente para o abastecimento de veículos de emergência. "Os policiais estão no local, tem as equipes de inteligência também e estamos lá para fazer o atendimento caso haja algum problema. As filas são sequenciais porque buscam o combustível, cabe a gente manter a ordem no local e nas proximidades", garantiu.

Bezerra acrescentou que foi identificado que algumas pessoas estariam tentando vender combustível de forma ilegal para os peruanos e as equipes da PRF-AC estão fazendo a fiscalização na BR para evitar a ação. "Até agora não houve prisão. Ontem [sábado, 4] a PRF tinha orientado várias pessoas, que possivelmente estavam se deslocando com o tambores para fazer a suposta venda, mas que ainda não tinham sido flagradas e foram orientadas sobre essa prática", concluiu.

Crise política

O Peru vive uma crise política desde o ano pasado. As manifestações começaram depois que o Congresso derrubou o presidente Pedro Castillo, no dia 7 de dezembro. Castillo foi preso e condenado a uma pena inicial de 18 meses.

Ainda quando era presidente, ele era investigado em diversos processos. Castillo, então, tentou dissolver o Congresso. Sem apoio do exército, do Judiciário e do Legislativo, ele foi derrubado e preso horas depois.

A vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o cargo.

Fonte: G1/AC