Celso Sabino e Juscelino Filho, ambos ministros de Lula, participaram do encontro, o que mostra um esforço em trazer os governistas e desmobilizar Hugo Motta

Elmar Nascimento (União Brasil) e Antônio Brito (PSD) selam acordo pela sucessão da Câmara — Foto: Divulgação

As cúpulas do União Brasil e do PSD se reuniram nessa segunda-feira em um jantar em Brasília para selar uma aliança entre as candidaturas dos dois partidos na Câmara e no Senado. Ficou combinado que os candidatos mais viáveis nas duas Casas receberão o apoio único das duas legendas.

Por enquanto, os deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) seguem no páreo da Câmara, mas há o entendimento entre eles de que apenas a campanha mais viável será levada à frente. Já no Senado, Otto Alencar (PSD-BA) pode abrir mão da sua candidatura para apoiar Davi Alcolumbre, apontado como favorito, caso haja reciprocidade entre os partidos na Câmara.

A intenção dos dois partidos é unir esforços para ter uma posição de destaque no Congresso e neutralizar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-SP) para a presidência da Câmara.

Nas imagens, é possível ver que os ministros do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e das Comunicações, Juscelino Filho (União-PA), também participaram do encontro. Com isto, Elmar Nascimento mostra que nem todo o governo está com Hugo Motta e que parte da Esplanada trabalha pela sua candidatura, apesar da pré-disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em apoiar o candidato do Republicanos.

Lançado ao cargo na última semana após a desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP), Motta "embolou o jogo" na Câmara. O Palácio do Planalto prefere o líder do Republicanos a Elmar Nascimento, visto com fiel escudeiro de Arthur Lira (PP-AL) — e começou a atuar para que o novo postulante tenha adesão de partidos da base do governo.

Motta foi lançado pelo presidente do Republicanos justamente por uma falta de apoio do PSD, partido de Gilberto Kassab. O que Pereira temia era o endosso da legenda a Elmar, o que acabou acontecendo.

Na semana passada, Elmar Nascimento se reuniu com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e falou por telefone com Antônio Brito, ensaindo um acordo que foi fechado ontem em Brasília.

Tanto União Brasil como o PSD também contam com o MDB para aliança contra Motta, mas integrantes da legenda já sinalizaram apoio ao Republicanos e lembram que o candidato começou sua carreira política no partido.

Do outro lado, uma parte do PP, que tem o senador Ciro Nogueira (PI) como presidente e um dos articuladores a favor de Motta, avalia que União Brasil e PSD ficarão isolados e vão acabar tendo que compor com o líder do Republicanos.

A disputa embaralhada pelo comando da Câmara pode ser definida pelo do PL, partido de Jair Bolsonaro, que tem 92 integrantes. A legenda tinha preferência por Elmar Nascimento e rejeita Marcos Pereira, que foi vetado pelo ex-presidente. Após se lançar candidato, Motta se reuniu com o ex-mandatário e prometeu ter independência em relação ao governo Lula.s cúpulas do União Brasil e do PSD se reuniram nesta segunda-feira em Brasília, em um jantar que selou um acordo para fusão das candidaturas dos dois partidos na Câmara e no Senado. 

Por enquanto, tanto Elmar Nascimento (União-BA) quanto Antônio Brito (PSD-BA) seguem no páreo da Câmara, mas há o entendimento entre eles de que apenas uma candidatura será levada à frente. No Senado, Otto Alencar (PSD-BA) pode abrir mão da sua candidatura para apoiar Davi Alcolumbre, caso haja reciprocidade entre os partidos na Câmara.

A intenção de Elmar e Pereira é neutralizar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-SP) para a presidência da Câmara. Lançado ao cargo na última semana, Motta "embolou o jogo". O Palácio do Planalto trabalha por Motta e começou a operar para que o deputado do Republicanos tenha adesão de toda bancada do MDB na Câmara.

A desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP) e o lançamento de Motta também tiveram impacto entre bolsonaristas. Se antes era certo que Elmar teria o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agora o cenário é outro.

O PSD também conta com o MDB para aliança contra Motta, mas integrantes da legenda já sinalizaram apoio ao Republicanos e lembram que o candidato começou sua carreira política no MDB. Do outro lado, uma parte do PP, que tem o senador Ciro Nogueira (PI) como presidente e um dos articuladores a favor de Motta, avalia que União Brasil e PSD ficarão isolados e vão acabar tendo que compor com o líder do Republicanos.

Novidade na disputa, Motta foi lançado pelo presidente do Republicanos justamente por uma falta de apoio do PSD. O que Pereira temia era o endosso do partido de Kassab a Elmar, que era visto como favorito pela proximidade com Lira. Além de contar com os votos dos deputados do PT, articuladores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mobilizam aliados pelo apoio dos 44 parlamentares do MDB. O partido integra a base do governo e está à frente de três ministérios na Esplanada (Planejamento, Transportes e Cidades).


Fonte: O GLOBO