Empresa investigou casos registrados entre 2019 e 2022; os demais relatos confirmados resultaram em suspensão dos agressores ou sanções administrativas
Reportagem do GLOBO antecipou histórias sobre funcionários homens que ligam de dentro da plataforma da estatal para as mulheres enquanto se masturbam, enviam mensagens de teor sexual nas redes sociais e tentam beijar à força trabalhadoras, além de constrangimentos no dia a dia, que configuram assédio moral.
As primeiras denúncias surgiram na imprensa quando o colunista Ancelmo Gois revelou mensagens enviadas por funcionárias da Petrobras em um grupo no WhatsApp. Algumas delas diziam que a Ouvidoria da estatal não tomava medidas eficazes para coibir os abusos.
Isso levou a empresa a atualizar procedimentos internos. Toda a apuração dos relatos passou a ser concentrada em uma única área, com a antecipação de mecanismo de proteção da vítima a partir da denúncia.
A empresa informou que, em relação à prevenção e conscientização, foram adotadas as seguintes medidas como elaboração de plano de capacitação, inclusão do tema assédio como pauta fixa como abertura nos Encontros com a Diretoria e estruturação de Diretriz e Cartilha para Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação.
“A Petrobras reafirma que não tolera nenhum tipo de violência, em especial as violências de natureza sexual e, desde o início da atual gestão, quando tomou conhecimento de casos graves de assédio ocorridos até 2022, assumiu o compromisso de identificar eventuais necessidades de melhorias nos processos de denúncia e investigação”, disse em nota.
A Petrobras não respondeu sobre quais critérios foram utilizados para determinar a punição aos agressores, sobre por qual motivo tão poucos casos foram confirmados e se as vítimas ainda trabalham na empresa.
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) disse que não esteve envolvida no processo de apuração das denúncias e terá uma reunião amanhã com representantes da Petrobras para cobrar esclarecimentos sobre por que tão poucos casos de assédio sexual foram confirmados.
A entidade quer o compromisso da empresa em permitir o acesso e a participação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs) e do sindicato nas investigações, caso a vítima considere importante.
Fonte: O GLOBO
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