Em Brasiléia, Secretaria de Obras diz que foram removidas cerca de 850 mil toneladas de lixo e lama das ruas e em Xapuri, mais de 160 toneladas

Após o nível do Rio Acre recuar nas cidades de Brasiléia e Xapuri, no interior do estado, as Secretarias de Obras dos municípios fazem o trabalho de remoção de lama e lixo das ruas que foram invadidas pelas águas do manancial. Conforme levantamento feito pelo g1 junto aos órgãos, até esta quarta-feira (5) foram retiradas mais de mil toneladas de entulhos dessas cidades.

As equipes de limpezas iniciaram os trabalhos ainda na sexta-feira (31), quando o rio começou a apresentar vazante nos dois municípios. Em Brasiléia, a Secretaria de Obras informou que foram removidas cerca de 850 mil toneladas de entulhos das ruas e em Xapuri, mais de 160 toneladas.

As duas cidades declararam situação de emergência por causa da enchente do Rio Acre no dia 25 de março e o governo federal reconheceu o decreto.


Em Brasileia, Secretaria de Obras diz que foram removidas cerca de 850 mil toneladas de lixo e lama — Foto: Raylanderson Frota/Arquivo pessoal

O secretário de Obras de Brasileia, Francisco Lima disse que a previsão é que o trabalho seja concluído em cerca de um mês.

“Assim que começou a baixar o nível das águas, nós já iniciamos a limpeza. Nesses cinco dias de trabalho nós já estamos com 85 carradas de entulho, sendo que cada uma tem em média 10 toneladas de lixo, barro, lama. Estamos com uma frota de 10 caçambas, 12 máquinas e 10 caminhões-pipa. Foram usados já cerca de 120 caminhões-pipa cheios de água para lavar as ruas, cada um tem média de 10 mil litros”, disse Lima.


Enchente em Brasileia atingiu mais de 8,9 mil moradores — Foto: Defesa Civil de Brasiléia/Divulgação

Enchente em Brasiléia

Na cidade de Brasiléia, o Rio Acre transbordou e chegou a atingir a marca de 13,50 metros sendo que a cota de transbordo é de 11,40 metros. Segundo dados da Defesa Civil do município, mais de 2,9 mil famílias com 8,9 mil pessoas foram atingidas pela cheia do rio. Pelo menos oito bairros foram atingidos, entre eles:

Marcos Galvão I;
José Brahúna;
Centro;
Leonardo Barbosa;
Samaúma;
Eldorado;
28 de Maio;
Três Botequins

Por conta da enchente, a ponte que liga Brasiléia e Epitaciolândia chegou a ficar parcialmente interditada e, segundo a Defesa Civil da cidade, só transitavam veículos altos empenhados nas respostas ao desastre. Com a baixa do rio, a ponte foi liberada.


Em Xapuri, Secretaria de Obras diz que foram recolhidas mais de 160 toneladas de entulhos após enchente — Foto: Arquivo/Prefeitura

Limpeza em Xapuri

Em Xapuri, o secretário de Obras Josué Pereira afirmou que foram recolhidas 20 caçambas cheias de entulho, sendo que cada uma tem capacidade para 8 toneladas.

“Começamos a limpar assim que o rio baixou, aproveitando que a lama estava mole ainda na rua e utilizamos dois carros-pipa para lavar. Tem ruas que a equipe precisou voltar, porque as pessoas que estavam em abrigos e casas de parentes estão voltando para suas casas aos poucos e, como também estão limpando os imóveis, acabam jogando o entulho novamente”, afirmou o secretário.

Mesmo com a baixa do rio, um abrigo segue ativo na cidade de Xapuri com 12 famílias. Segundo Pereira, essas famílias vão precisar ir par ao aluguel social, uma vez que suas casas ficaram sem condições de retorno.


Cheia do Rio Acre em Xapuri chegou a desabrigar mais de 100 moradores — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros

Enchente em Xapuri

Na cidade de Xapuri, o nível Rio Acre chegou a marcar 15,54 metros no dia 30 de março. A cota de transbordo é de 13,40 metros. Conforme dados da Defesa Civil do município, a cidade ficou com 4,2 mil pessoas atingidas pela cheia, sendo que 118 moradores ficaram desabrigados e 543 foram para casas de parentes e amigos.

Quatro bairros ficaram atingidos pela enchente, entre eles:

Centro
Bolívia
Polo Jequiá
Sibéria

As águas do rio chegaram em um dos patrimônios históricos mais importantes na história do Acre, a casa onde morou e morreu o líder seringueiro Chico Mendes. O hospital da cidade precisou ser desativado e os pacientes foram remanejados para outras unidades devido à cheia. A OCA Xapuri chegou a suspender o atendimento na unidade. Idosos da Casa Lar foram retirados do local também por conta do risco de alagamento.

Fonte: G1/AC