Postos criados na pandemia não terão reposição. Empresa, que detém também o WhatsApp e o Instagram, faz segunda grande leva de cortes em menos de 6 meses

A Meta, dona do Facebook e do Instagram, planeja demitir cerca de 10.000 funcionários e fechar cerca de 5.000 vagas que estão em aberto na sua segunda rodada de cortes de empregos nos últimos seis meses. Postos que foram criados durante a pandemia não terão reposição.

A empresa-mãe do Facebook está embarcando em um “ano de eficiência” para melhorar seu desempenho financeiro e atingir metas de longo prazo. Como parte desses esforços, está reduzindo o tamanho a organização, cancelando projetos de menor prioridade e desacelerando as contratações, disse seu CEO, Mark Zuckerberg, em comunicado divulgado nesta terça-feira.

A maior empresa de rede social do mundo já demitiu, em novembro, 11.000 pessoas, o equivalente a 13% de sua equipe.

O anúncio dos cortes feito hoje vai demorar um pouco a acontecer na prática. A empresa espera detalhar reestruturações e demissões em grupos de tecnologia no fim de abril e os cortes nos grupos de negócios no fim de maio, de acordo com o comunicado. Com menos contratações, Zuckerberg informou que também vai reduzir o tamanho da equipe de recrutamento.

Nas últimas semanas, os funcionários da Meta já estavam se preparando para mais demissões, já que o executivo tem falado abertamente sobre a necessidade de priorizar projetos e investimentos, além de ter sugerido cortes adicionais de empregos.

Expansão durante a pandemia

A Meta iniciou seu processo de nivelamento no início deste ano, eliminando alguns gerentes intermediários e pedindo a outros que retornassem às funções de colaborador individual em vez de supervisionar outros funcionários. Mesmo assim, Zuckerberg disse que “esta atualização ainda pode parecer surpreendente”.

A empresa, que também é dona do WhatsApp, viu uma desaceleração na receita de publicidade, o que levou ao primeiro declínio anual de vendas em 2022. Zuckerberg mudou o foco e o investimento da Meta no ano passado para a tecnologia de realidade virtual e o chamado metaverso, que ele vê como a próxima grande plataforma de computação.

Durante a pandemia de Covid-19, as fileiras de funcionários da Meta se expandiram drasticamente, à medida que a demanda pelos serviços digitais aumentava e Zuckerberg aproveitava o momento. O quadro de funcionários da gigante da mídia social cresceu 30% em 2020, o primeiro ano da pandemia, e 23% em 2021. Quando a Meta começou a eliminar empregos em novembro passado, a empresa tinha mais de 87.000 funcionários.

Ações saltam 60% no ano

Como parte de seu plano de eficiência, a Meta está se concentrando em retornar a uma “proporção mais ideal de engenheiros para outras funções”, acrescentou Zuckerberg. A empresa investirá em ferramentas, como as de inteligência artificial, para ajudar os engenheiros a escrever código mais rapidamente, para torná-lo “mais eficaz ao longo de muitos anos, não apenas este ano”.

Durante a pandemia, o Facebook foi uma das primeiras empresas de tecnologia a oferecer a todos os seus funcionários a possibilidade de trabalhar em casa. Mas, agora, Zuckerberg está incentivando sua equipe a “encontrar mais oportunidades de trabalhar pessoalmente com seus colegas”.

Enquanto a empresa com sede em Menlo Park, na Califórnia, corta funcionários, os trabalhadores descrevem uma ansiedade elevada e baixa moral entre os colegas. No entanto, o foco de Zuckerberg na eficiência da empresa foi bem recebido por Wall Street. As ações da Meta subiram quase 60% desde o início do ano.


Fonte: O GLOBO