Pelayo Novo tinha 32 anos e jogou por clubes como Albacete, Elche, Córdoba e Oviedo; ele vinha atuando como tenista em cadeira de rodas

O esporte espanhol está de luto com a morte de Pelayo Novo, ex-jogador de futebol e tenista em cadeira de rodas. Natural de Astúrias, o atleta de 32 anos foi atropelado por um trem em Oviedo nesta terça-feira.

Jogador de futebol que atuou pelo Albacete, Lugo, Elche, Córdoba e Oviedo, Pelayo Novo teve que deixar o futebol profissional em 2018 depois de sofrer uma queda do terceiro andar de um hotel em Huesca, onde se concentrava com seus companheiros de Albacete.

O acidente de trem desta terça aconteceu pouco antes das 20h, perto do parque La Malata, quando, por motivos que estão sendo investigados, Pelayo Novo foi atropelado por um comboio que percorria a linha Renfe entre Oviedo e Siero. O número de emergência 112 Astúrias recebeu um chamado de alerta às 19h55, notificando o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e a Polícia Nacional, que se encarregou do caso.

Formado nas divisões de base do Oviedo, Pelayo jogou na equipe principal entre 2008 e 2012. Depois passou para o Elche, onde teve uma participação decisiva na subida à LaLiga na Temporada 2012/13.

Ele também chegou a vestir as camisas do Lugo (2014/15), do clube romeno Cluj (2017) e do Albacete (2017/18).

Quando atuava neste último, Pelayo caiu do terceiro andar em um pátio interno do hotel Abba, em Huesca, onde se concentrava com a equipe. Com ferimentos graves, ele foi transferido para o Hospital Clínico de Zaragoza. O acidente ocorreu em 31 de março de 2018 e a internação (no Hospital Clínico Universitário Lozano Blesa) durou 51 dias, durante os quais ele passou por várias cirurgias.

— Em Zaragoza eu estava pouco ciente do que estava acontecendo comigo. Você não tem muita informação e às vezes nem quer saber. E eu, bem, às vezes de forma ilusória e inconsciente até disse 'bem, se minha perna recuperar, posso jogar de novo' — disse Pelayo em outubro de 2018, em entrevista à agência de notícias EFE, quando teve que encerrar a carreira de jogador de futebol profissional.

A recuperação aconteceu em Toledo, no Hospital Nacional de Paraplégicos, e foi lá que ele entendeu que o futebol havia acabado.

— É difícil de assimilar — frisou. — Os primeiros momentos de pensar sobre isso são difíceis. A saudade veio na minha cabeça, porque dentro de campo você sofre. Às vezes você sofre, mas também ri e se supera. E isso o faz se sentir forte — acrescentou.

As graves lesões na medula espinhal o deixaram de muletas para sempre. Pelayo então passou a jogar tênis em cadeira de rodas e tornou-se um dos atletas de maior destaque no ranking nacional masculino da Espanha e fez parte do conselho de administração da Federação Asturiana de Tênis.


Fonte: O GLOBO