Monique Agatha Cristini venceu concurso realizado na última sexta-feira (17). Experiência como professora a sensibilizou em relação a alunos carentes

Na sala de aula, o professor e pedagogo atende por Clebison André. Mas ao chegar no palco do Carnaval, quem entra em ação é Monique Agatha Cristini, como prefere se identificar. Ela foi eleita a rainha gay do Carnaval da Família, no concurso realizado na última sexta-feira (17), iniciando a programação da folia em Rio Branco este ano. E a vencedora de uma das categorias da realeza em 2023 tomou uma decisão digna de nobreza.

De acordo com ela, o plano é converter o prêmio de R$ 4,5 mil em cestas básicas e doar a famílias carentes da capital acreana. Monique participa do Carnaval de Rio Branco há muitos anos, mas havia decidido não concorrer ao prêmio de realeza.

A experiência como professora, onde tem contato com alunos que enfrentam dificuldades financeiras, acabou a sensibilizando.

“O meu objetivo maior nesse carnaval era ganhar e fazer uma ação social para pessoas que precisam, doando cestas básicas. Eu sou professora, e vi muitos alunos questionando que não tinham o que comer em casa. Por algumas vezes, fiz algumas doações para esses alunos. Eu não pretendia mais concorrer ao carnaval, e eu, do nada, resolvi concorrer. Mas não para ganhar o prêmio e ficar para mim. Falei: vou fazer diferente, vou ajudar as pessoas”, conta.

Preparação

Monique relembra que sua história com o Carnaval iniciou aos 7 anos de idade. De família carnavalesca, desde cedo teve contato com desfiles e apresentações e participou de vários blocos de Rio Branco ao longo da carreira.

‘Venho de uma família carnavalesca, onde pai, mãe e avós sempre foram envolvidos com carnaval. Participei de um concurso com minha irmã, e até hoje sou envolvido no carnaval. Minha irmã foi rainha do carnaval de Rio Branco por 5 vezes, agora mora em São Paulo e é destaque da Pérola Negra. E eu, sou carnavalesco, aderecista, figurinista do bloco Unidos do Fuxico, mas já trabalhei no Sambase, 6 É Demais, Sem Limites, em vários blocos”, diz.

Com a decisão de voltar a concorrer, veio a necessidade de cuidar do figurino. Monique recorreu a grandes centros do Carnaval nacional para garantir a fantasia, e o plano acabou dando certo.

“Investi na minha produção, trouxe uma produção do Rio de Janeiro, de um ateliê da Beija-Flor de Nilópolis, tanto é que a minha fantasia foi azul com prata. E com a graça de Deus, ganhei o prêmio, e vou fazer essa doação. E aproveito para pedir aos empresários, digitais influencers, todos aqueles que possam se sensibilizar com esta ação, para que a gente contemple mais famílias. Eu vou contemplar 40 famílias, que é a quantidade que o prêmio permite”, ressalta.

Solidariedade

Monique ainda não tem data definida para a entrega das doações, pois ainda precisa resolver os trâmites para o recebimento do prêmio. Enquanto isso, vai decidir a quem direcionar as doações.

Segundo ela, são muitos pedidos de ajuda, mas a ação desta vez deve se concentrar na doação de itens básicos.

“O prêmio eu vou receber daqui uns 35 dias. Tem todo um trâmite, preciso emitir nota, levar na Garibaldi Brasil, para então receber. Não tenho data marcada, mas a previsão é abril. Eu não sei que famílias eu vou ajudar, mas considerei dividir entre o Lar Vicentino e Santa Margarida, mas estou recebendo muitas mensagens de famílias pedindo ajuda, pedindo remédio, pagamento de exames, cestas básicas. Infelizmente, não dá pra entregar pra todo mundo, mas aquelas que eu vejo que a necessidade é mais delicada, vou fazer essas doações”, finaliza.

Fonte: G1/AC