Musharraf chegou ao poder em 1999 com um golpe de Estado contra Nawaz Sharif, e se declarou presidente em junho de 2001
Milhares de pessoas compareceram nesta terça-feira ao funeral em Karachi, no Sul do Paquistão, do ex-governante militar Pervez Musharraf, que deixa um legado controverso em seu país, o qual transformou no principal aliado regional dos Estados Unidos na luta contra a al-Qaeda. Último líder militar do Paquistão, o general Musharraf morreu no domingo, aos 79 anos, em Dubai, onde se estabeleceu desde 2016 para receber tratamento médico.
Em uma cerimônia simples, realizada em um acampamento militar em Karachi, compareceram quase 10 mil pessoas, principalmente militares da ativa e reformados. O corpo do ex-governante será enterrado em um cemitério militar.
Nem o presidente Arif Alvi, nem o primeiro-ministro Shehbaz Sharif, nem o comandante do Estado-Maior Asim Munir compareceram ao funeral.
Musharraf chegou ao poder em 1999 com um golpe de Estado contra Nawaz Sharif. Declarou-se presidente em junho de 2001 e venceu um polêmico referendo em 2002.
Inicialmente percebido como um moderado, Musharraf se consolidou como o principal aliado dos Estados Unidos na região na luta contra a al-Qaeda, após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Durante seus nove anos no poder, a economia do país cresceu, os veículos de comunicação se liberalizaram e o Exército jogou a cartada do apaziguamento contra a rival Índia. Ao mesmo tempo, o governo suspendeu a Constituição duas vezes e foi acusado de abuso dos direitos humanos contra seus opositores.
Fonte: O GLOBO
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