Moradores de diversos bairros do município no Litoral Norte de SP ainda estão isolados e Felipe Augusto diz que 'ainda há muita gente soterrada'

Com 35 mortes confirmadas em São Sebastião, no Litoral Norte paulista, o prefeito Felipe Augusto (PSDB) afirma que 100% da cidade foi afetada por deslizamentos de terra provocados pelos temporais que atingiram a região na "maior tragédia da história da cidade". 

E que moradores ainda estão isolados em diversas localidades, onde só é possível chegar de aeronave. O tucano lamenta que o número de mortes deve aumentar e afirma que ainda há pessoas soterradas, principalmente no bairro de Vila do Sahy, que ficou praticamente submerso. 

Lá, segundo o prefeito, entre 40 e 50 casas desapareceram. Ao todo, são 36 vítimas fatais até o momento, contando com uma menina de 7 anos, de Ubatuba, que morreu com deslizamento de uma pedra de 2 toneladas.

Muito abalado, o prefeito argumenta que não há prevenção possível para resistir ao dilúvio que caiu sobre a cidade, que foi de cerca de 600 milímetros, mais que o dobro do esperado para o período. E diz que ainda não é possível mensurar o prejuízo total, mas pede auxílio dos demais entes de governo para levar mantimentos à população e para a futura reconstrução da cidade devastada.

A chuva que abalou São Sebastião tem precedente na região?

Nunca houve uma situação como essa. Estamos falando da maior tragédia da história da região. Diversos pontos da estrada Rio-Santos não existem mais. A quantidade de água que desceu (600 milímetros em 3 horas), foi fora do normal. Ruas, casas, escolas e prédios públicos foram destruídos.

Como serão os trabalhos de resgate daqui para frente ?

Iniciamos a operação de retirada dos corpos na Vila do Sahy, mas ainda tem muita gente soterrada no bairro. E temos problemas seríssimos para chegar nos locais atingidos. Nesse momento a gente não consegue acessar as localidades. Teremos uma noite de muito trabalho, mas com muitas dificuldades. Os recursos que estão chegando, só por helicóptero. Nem por mar é possível chegar, por conta da ressaca.

É possível mensurar os estragos? O quanto da infraestrutura do município foi afetada?


O cenário é tão grave que não temos ainda como estimar. Posso dizer que 100% da cidade foi afetada. O mais afetado foi a Vilado Sahy, pelo número de perdas humanas. Grande parte do bairro ficou destruído. Entre e 40 e 50 casas desapareceram.

Que medidas de prevenção se pode tomar para evitar danos em chuvas como essa?

O trabalho de prevenção foi feito com a limpeza de galerias para o escoamento de água de chuvas e o monitoramento das áreas de risco. Havia alertas à medida que a chuva aumentava. O problema é que o tamanho da chuva foi assustador. 

Um volume de dilúvio desses não há prevenção que resista. O solo encharcou, desestabilizou e houve uma série de deslizamentos. Com as movimentações de massa de terra as casas não aguentaram


Fonte: O GLOBO