Investigadores do Quênia suspeitam que Rebecca Cheptegei tenha sido alvo de um ex-namorado

Rebecca Cheptegei celebra conquista de campeonato na Tailândia, em 2022 — Foto: Uganda Athletics Federation

A maratonista Rebecca Cheptegei, que representou Uganda na Olimpíada de Paris-2024, está internada em estado crítico depois de ter sofrido um ataque no Quênia, onde mora e treina. A polícia local suspeita que a atleta tenha sido alvo de um ex-namorado. Dickson Ndiema Marangach teria entrado na residência da corredora enquanto ela e os filhos estavam na igreja.

"Dickson, que havia conseguido gasolina, começou a despejar (o líquido) em Rebecca antes de atear fogo nela", disse o relatório policial, divulgado na segunda-feira à noite.

As informações são da BBC e da AFP. De acordo com os investigadores, o agressor lançou combustível contra Rebecca e ateou fogo na casa dela, em Endebess. A atleta teve 75% do corpo queimado no ataque.

A maratonista foi resgatada por vizinhos. O suposto agressor tambéu sofreu queimaduras e foi encaminhado ao mesmo hospital de referência da região.

— O casal foi ouvido brigando do lado de fora de sua casa. Durante a discussão, o namorado foi visto derramando um líquido na mulher antes de queimá-la — contou o chefe de polícia local, Jeremiah ole Kosiom, a jornalistas.

O relatório policial não mencionou se os filhos de Rebecca ficaram feridos no ataque.

Ainda de acordo com a BBC, um relatório arquivado por um administrador da região mostra que Rebecca e o ex-namorado disputavam um pedaço de terra no condado de Trans Nzoia. A maratonista teria construído uma casa na área para ficar mais próxima de centros de treinamento do Quênia, potência mundial na maratona. A investigação sobre o ataque está em andamento.

Rebecca participou de Paris-2024 e chegou em 44º lugar na maratona. Entre os principais resultados de sua carreira, está a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Corrida de Montanha e Trilha em Chiang Mai, na Tailândia, em 2022.

Pelo menos outras duas atletas também foram alvos de ataque no Quênia, nos últimos anos. Em 2022, Damaris Mutua foi encontrada com um travesseiro sobre o rosto na cidade de Iten. Meses antes, na mesma cidade, a corredora de longa distância Agnes Tirop foi morta a facadas.

Além delas, em dezembro de 2023, Benjamin Kiplagat, compatriota de Rebecca, foi esfaqueado até a morte por um grupo em Eldoret.


Fonte: O GLOBO