Levantamento será inteiramente realizado já depois de novo episódio de violência durante debate entre os candidatos

Momento em que Nahuel Medina, assessor de Marçal, agride marqueteiro de Nunes — Foto: Reprodução

A próxima pesquisa Datafolha em São Paulo, cujo resultado será divulgado na quinta-feira desta semana, será integralmente realizada já depois do novo episódio de agressão durante um debate entre os candidatos à prefeitura. Na noite desta segunda-feira, durante encontro promovido pelo Grupo Flow, um assessor de Pablo Marçal (PRTB), identificado como Nahuel Medina, atingiu com um soco um dos marqueteiros de Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima.

Embora o levantamento já estivesse cadastrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde a semana passada, as informações fornecidas pelo instituto no momento do registro apontam que as entrevistas ocorrerão entre esta terça-feira e a próxima quinta, data prevista para a publicização do resultado. Todo o trabalho de campo, portanto, ocorrerá já sob os efeitos da agressão entre membros das campanhas — em debate anterior, promovido pela TV Cultura, José Luiz Datena (PSDB) já havia atingido Marçal com uma cadeira.

No último Datafolha, da quinta-feira da semana passada, Nunes apareceu numericamente à frente (27%) de Guilherme Boulos (PSOL), com 26%, mas em situação de empate técnico, já que a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A novidade foi justamente a dupla ter deixado Marçal para trás, com 19%. O ex-coach havia tentado explorar a agressão de Datena nos dias seguintes ao debate da TV Cultura.

O novo Datafolha tem como contratante o jornal "Folha de S. Paulo" e foi registrado no TSE sob o código SP-06090/202. As 1.610 entrevistas com eleitores previstas serão realizadas em pontos de fluxo populacional, como costuma trabalhar o instituto.

Antes, porém, a Quaest divulga um levantamento nesta terça-feira. Neste caso, contudo, não será possível captar os possíveis efeitos da nova cena de violência da campanha paulistana, uma vez que o trabalho de campo começou no sábado e foi concluído na segunda, horas antes do início do debate do Flow.

A nova rodada da Quaest, que também abarcará outras capitais pelo Brasil, foi encomendada pela TV Globo. Ao todo, 1.200 pessoas indicaram seus candidatos favoritos para o pleito da capital paulista. O registro no TSE é o SP-06330/2024.

A nova agressão

O oitavo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado nesta segunda-feira pelo Grupo Flow, foi marcado por uma confusão no final. Marçal foi expulso nos segundos finais do programa, após ser repreendido pelo apresentador Carlos Tramontina por usar apelidos pejorativos contra Ricardo Nunes — o que era proibido pelas regras do programa. Pouco depois, o marqueteiro de Nunes, Duda Lima, foi agredido por um assessor de Marçal com um soco e deixou o estúdio ensanguentado.

Marçal foi eliminado faltando dez segundos para que concluísse suas considerações finais. O ex-coach, que havia mantido o tom moderado durante o debate, chamou repetidas vezes o prefeito Ricardo Nunes de “bananinha” e prometeu “prender” o emedebista caso seja eleito, citando investigações a respeito da máfia das creches.

A saída do candidato do PRTB do programa foi seguida de um corre-corre, com seguranças e assessores invadindo o estúdio. A confusão foi deflagrada por um soco desferido por Nahuel Medina, integrante da equipe de Marçal, no marqueteiro Duda Lima. Segundo um dos presentes, Medina tentava filmar a expulsão de Marçal com um celular, quando o marqueteiro de Nunes teria pedido licença para o rapaz e levado o soco.

— Esse rapaz deu um soco no Duda Lima, do nada. Ele ficou sangrando, com o rosto pingando sangue no chão — afirmou Leandro Narloch, chefe de comunicação de Marina Helena (Novo).

Em publicação em suas redes sociais, Medina disse mais tarde que apenas "se defendeu institivamente". O homem, um dos responsáveis por produzir os vídeos de Marçal, compartilhou um vídeo em que mostra Duda Lima rindo após o anúncio da expulsão do candidato do PRTB, e aparentemente tentando tomar o celular de suas mãos.


Fonte: O GLOBO