Concurso Nacional Unificado em Brasília. Concurseiros a espera da abertura dos portões para as provas no domingo — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O grande assunto na economia, no domingo e nesta segunda-feira, está sendo o Concurso Nacional Unificado (CNU) feito pelo governo federal. Mas qual a importância dele para o país. É importante que se entenda que o governo fez esse concurso pela necessidade de repor servidores no funcionalismo público que vem perdendo muitos quadros. Muitos funcionários se aposentaram e outros tantos saíram diante de uma realidade de anos sem melhoria. Muitos serviços fundamentais para a população estão com seus quadros desfalcados.
Conversei com a ministra Esther Dweck quando ela estava começando a preparar o concurso e ela me falou de algumas diferenças desse concurso para os outros. A primeira é o fato de ser unificado, ter sido programado para atender a 21 órgãos diferentes. Em vez de 21 concursos, apenas um. Outra coisa diferente é a descentralização dos locais de prova.
Ao realizar as provas em 228 municípios, o governo permite uma disputa mais democrática. Tradicionalmente os concursos são realizados em Brasília, o que acaba por excluir muita gente que gostaria de participar, mas não tem dinheiro para se deslocar ao local da prova, para se hospedar. Foi isso que a ministra me explicou, o CNU está descentralizado pelos municípios. Foram 3.647 locais de prova, 72 mil salas, em todos os estados. Isso é mais justo e democrático.
O CNU também é mais lógico do ponto de vista econômico. Fazer um concurso só para 21 órgãos é mais eficiente. Houve, no entanto, uma taxa grande de abstenção, de 50%, mas isso não é importante, até porque mesmo assim compareceram um milhão de pessoas para 6.640 vagas. A taxa de abstinência não é importante, isso acontece, as pessoas se inscrevem, mas depois encontram um emprego, vão para outro lugar , mudam de ideia. O fato é que haverá uma disputa acirrada pelas vagas e a esperança é de que esse concurso traga maior qualificação, melhoria do serviço público. Será gente nova chegando, pessoas que nunca trabalharam no setor público, sangue novo no serviço público e isso é muito bom.
A discussão sobre enxugar a máquina pública, a necessidade de se fazer uma reforma administrativa sempre na pauta do dia, levou a críticas a esse concurso. Questionou-se, por exemplo, por que não se fez a reforma administrativa antes do concurso, para que esses novos contratados já ingressassem no funcionalismo numa nova forma de trabalho, de salário, de aposentadoria? O ideal, de fato, teria sido realizar reforma administrativa antes, mas a reforma formulada no governo Bolsonaro e apresentada ao Congresso era muito ruim, e o governo Lula decidiu dar prioridade à luta pela Reforma Tributária que era fundamental.
Em algum momento a reforma administrativa terá que ser feita, mas não no modelo pensado na gestão Bolsonaro. Um dos defeitos da proposta do governo passado é que a reforma multiplicava por dez a quantidade de cargos em comissão, os que são nomeados pelo governo sem ser servidores da máquina. E o país viu como foi necessário ter gente da máquina quando o projeto do governo contrariava a própria missão do órgão.
O CNU também é mais lógico do ponto de vista econômico. Fazer um concurso só para 21 órgãos é mais eficiente. Houve, no entanto, uma taxa grande de abstenção, de 50%, mas isso não é importante, até porque mesmo assim compareceram um milhão de pessoas para 6.640 vagas. A taxa de abstinência não é importante, isso acontece, as pessoas se inscrevem, mas depois encontram um emprego, vão para outro lugar , mudam de ideia. O fato é que haverá uma disputa acirrada pelas vagas e a esperança é de que esse concurso traga maior qualificação, melhoria do serviço público. Será gente nova chegando, pessoas que nunca trabalharam no setor público, sangue novo no serviço público e isso é muito bom.
A discussão sobre enxugar a máquina pública, a necessidade de se fazer uma reforma administrativa sempre na pauta do dia, levou a críticas a esse concurso. Questionou-se, por exemplo, por que não se fez a reforma administrativa antes do concurso, para que esses novos contratados já ingressassem no funcionalismo numa nova forma de trabalho, de salário, de aposentadoria? O ideal, de fato, teria sido realizar reforma administrativa antes, mas a reforma formulada no governo Bolsonaro e apresentada ao Congresso era muito ruim, e o governo Lula decidiu dar prioridade à luta pela Reforma Tributária que era fundamental.
Em algum momento a reforma administrativa terá que ser feita, mas não no modelo pensado na gestão Bolsonaro. Um dos defeitos da proposta do governo passado é que a reforma multiplicava por dez a quantidade de cargos em comissão, os que são nomeados pelo governo sem ser servidores da máquina. E o país viu como foi necessário ter gente da máquina quando o projeto do governo contrariava a própria missão do órgão.
A gente viu isso, por exemplo, no Ministério da Saúde, o governo não queria vacina, mas a equipe do ministério trabalhou para isso. Na área ambiental também, o governo não queria a proteção do meio ambiente, mas o Ibama resistiu. Por isso é tão importante os funcionários do Estado. Os governos passam, mas o Estado permanece.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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