Declaração foi feita enquanto presidente ucraniano apresentava o trabalho que tem feito para uma nova reunião sobre o assunto, prevista para ocorrer em novembro
Na ocasião, representantes de 92 nações participaram do encontro, que visava traçar os passos iniciais em direção à paz na Ucrânia. Especialistas e críticos, no entanto, avaliaram que, sem a presença de lideranças russas, a iniciativa teve poucos avanços práticos. Ao final dos dois dias de cúpula, 80 países defenderam o diálogo entre os envolvidos e aprovaram uma declaração que exigia respeito à integridade territorial da Ucrânia e o retorno de prisioneiros de guerra. Outros 12 participantes, incluindo países-chave do Sul Global, não endossaram o documento.
Na véspera da cúpula, Moscou exigiu a rendição de Kiev antes de qualquer discussão. Em discurso televisionado, o dirigente do Kremlin disse que ordenará um cessar-fogo e iniciará as negociações “tão logo” a Ucrânia inicie a retirada de suas tropas das áreas parcialmente anexadas pela Rússia e renuncie a entrar na Otan, a aliança militar do Ocidente. Zelensky, por sua vez, rejeitou o “ultimato” e afirmou que as exigências lhe lembravam o estilo do ditador nazista Adolf Hitler. A Otan e os Estados Unidos também repudiaram as condições de Moscou para terminar a guerra, iniciada após a invasão da Ucrânia.
A intenção de Zelensky era negociar com Moscou coletivamente, mas apenas após construir consenso entre aliados de Kiev e o maior número possível de nações neutras. O plano de paz do líder ucraniano contava inicialmente com 10 pontos — e envolvia a retirada completa da Rússia da Ucrânia, o pagamento de reparações e o enfrentamento da Justiça por crimes de guerra. Posteriormente, contudo, a proposta foi reduzida a três tópicos principais: segurança nuclear, como no complexo de Zaporíjia controlado pela Rússia; assistência humanitária, com a troca de prisioneiros de guerra e o retorno de crianças ucranianas levadas ilegalmente para a Rússia; e segurança alimentar.
O mandatário ucraniano também anunciou nesta segunda-feira reuniões separadas sobre questões-chave para o país. É o caso do encontro para debater a segurança energética, que deverá ocorrer no Catar, e sobre segurança alimentar, previsto para ser realizado na Turquia antes da segunda cúpula.
Fonte: O GLOBO
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