Localizado e detido em agosto de 2023, Antônio José de Abreu Vidal Filho era procurado pela Interpol e recebeu sentença de 275 anos de prisão por massacre com 11 mortos

Dez meses após ser preso em New Hampshire, nos Estados Unidos, por participar de uma chacina com 11 mortos no Ceará, o ex-policial militar Antônio José de Abreu Vidal Filho, de 30 anos, foi indiciado pela Justiça americana por mentir no pedido de visto que possibilitou sua fuga para o país. Antônio José vivia ilegalmente em Rye, e foi preso em agosto de 2023.

Condenado pelo crime conhecido como “Chacina do Curió”, cometido em retaliação à morte de um colega de farda no ano de 2015, Antônio José chegou a ser preso pela polícia brasileira em 2016, mas passou a aguardar o julgamento em liberdade no ano seguinte.

Após ter liberdade concedida, o ex-policial decidiu fugir para Miami. Para isso, solicitou o visto americano. Segundo informações da Procuradoria dos EUA no Distrito de Massachusetts, o brasileiro ocultou o envolvimento nos assassinatos das 11 pessoas, a maioria adolescente, às autoridades de imigração.

Ao preencher o pedido de visto, de acordo com a emissora Fox News, o homem escreveu “não” ao ser questionado sobre ter sido preso ou condenado por algum crime em seu país de origem. Em 2020, pediu asilo e mais uma vez negou ter sido preso em outro país. Antônio também não revelou os crimes ao solicitar o Green Card (registro de residente permanente).

Durante os anos em que esteve nos Estados Unidos, Antônio José conseguiu habilitação estadual para condução de veículos, cartão de seguro social, documentos de viagem e autorizações de emprego.

O ex-PM foi localizado e preso após seu nome ser incluído na difusão vermelha da Interpol, depois de ser condenado a 275 anos de prisão pela Justiça brasileira, junto a outros três ex-agentes. Eles também foram condenados por violência psicológica, tortura e tentativas de homicídio.

A prisão de Vidal Filho foi comunicada ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) na mesma data em que foi efetuada, em 2023.

O Judiciário cearense comunicou o fato aos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, na época, para que fossem tomadas as providências necessárias à extradição. Até o momento, o homem segue preso nos Estados Unidos.


Fonte: O GLOBO