
Um desses avistamentos recentes ocorreu no Mar de Cortez, perto de Cabo San Lucas, no México. O exemplar, também conhecido como “peixe terremoto”, foi encontrado por pescadores esportivos enquanto era atacado por tubarões.
Seu tamanho incomum surpreendeu moradores e turistas. Os mitos populares afirmam que este peixe só aparece quando um terremoto está prestes a ocorrer.
Por que é conhecido como “o peixe do fim do mundo”?
A fama do peixe-remo como “o peixe do fim do mundo” vem de antigas lendas japonesas. Segundo o folclore daquele país, estes peixes emergem à superfície antes de grandes desastres naturais, especialmente terremotos e tsunamis.
Esta crença foi popularizada após o devastador terremoto e tsunami de Fukushima em 2011, quando vários avistamentos de peixes-remo foram relatados na costa japonesa antes do desastre.
Embora as lendas sobre o peixe-remo sejam fascinantes, os cientistas alertam que não há provas concretas que apoiem a ideia de que estes peixes possam prever terremotos. Os pesquisadores sugerem que os peixes-remo podem subir à superfície devido a mudanças nas correntes oceânicas, nas temperaturas ou quando estão doentes ou feridos, e não necessariamente como um sinal de desastres iminentes.
Biólogos marinhos e especialistas em sismologia estudaram o comportamento do peixe-remo para tentar compreender melhor estes avistamentos. Embora algumas teorias sugiram que podem estar relacionadas com movimentos tectônicos, a maioria dos cientistas concorda que são necessárias mais pesquisas para estabelecer qualquer ligação direta.
O que está claro é que estes peixes são extremamente sensíveis às mudanças no seu ambiente, o que poderia explicar o seu aparecimento repentino nas águas superficiais.
Avistamentos recentes
Nos últimos meses, foram relatados avistamentos de peixes-remo nas costas do Japão, México e Chile. No último mês, um exemplar apareceu no mês passado em uma praia da região de Hue, no Vietnã.
O exemplar encontrado no Mar de Cortez foi retirado por cientistas da área para estudo, com o objetivo de descobrir as causas que o levaram a nadar em águas superficiais.
Em junho de 2022, a bióloga marinha Jorja Gilmore foi surpreendida, durante um mergulho na Barreira de Corais Australiana, com um juvenil peixe-remo, que também atende pelo nome de regaleco, rei-dos-arenques e "peixe do fim do mundo". O momento foi registrado por uma câmera de mergulho.
O peixe tinha cerca de 35 cm, se incluídas as nadadeiras esvoaçantes no cálculo, chegava a 1,5 m. De acordo com Tyson Roberts, ex-pesquisador associado do Smithsonian Tropical Research Institute e um profundo conhecedor de peixes-remo, o animal era um jovem Regalecus russelli, que pode crescer mais de 7 metros de comprimento e assumir uma aparência bem menos amistosa na fase adulta.
Fonte: O GLOBO
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