Novo software de inteligência artificial de geração de conteúdo para empresas, o Inner AI chega ao mercado oficialmente nesta terça, após quase um ano testando e aprimorando o produto com cinco clientes de peso pagantes: Bayer, Embraer, Mercado Livre, Claro e Movida.

A Inner AI permite às empresas gerar conteúdos em vídeo, imagem ou texto para redes sociais, treinamento de equipes, material de vendas ou apresentações em segundos. A diferença para as inúmeras soluções de AI existentes no mercado, como o co-pilot que permite turbinar o Office da Microsoft ou o ChatGPT Enterprise, é que se trata de modelo “pensado para o Brasil, treinado com conteúdo de roteiros e textos corporativos padrões escritos na linguagem local” — explica o co-fundador Eduardo Mitelman.

Além disso, a Inner AI não depende apenas da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT que tem a Microsoft como grande investidor. A empresa integra ainda a inteligência do Gemini do Google e também do Claude 3, a AI de código aberto da Anthrop, além de outros 20 modelos como Mistral, Llama e Stable Diffusion — o que permite manter a inteligência da Inner sempre afinada.

Para se lançar no mercado, Mitelman e o sócio Pedro Salles captaram, no final do ano passado, R$ 12 milhões. A rodada pre-seed foi liderada pelo fundo Canary, com a participação de LASP Capital (de Lucas Amoroso Lima), da mediatech Play9, Alexia Ventures, Crivo Ventures, Newtopia VC, entre outros anjos.

Foi Lucas Lima quem apresentou e uniu Salles e Mitelman. Os dois lideravam startups investidas por Lima, investidor que fundou e vendeu o e-commerce Men’s Market e tem no portfólio startups como QuintoAndar. — Ele é o investidor anjo favorito dos empreendedores — diz Salles. Aos 26, Salles é programador desde os 10. Mitelman fundou a DNA, uma empresa de treinamentos para empresas.

A primeira ideia de negócios era um software para gerar conteúdo para treinamentos, permitindo ao time de recursos humanos produzir videos a partir de um roteiro escrito — e inclusive clonar a voz de um narrador para que ele fale em outro idioma.

O software foi lançado em uma feira de soluções para treinamento e gestão de pessoas, a Expo CBTD, no ano passado, quando os primeiros clientes ‘beta’ foram conquistados. Aos poucos as ferramentas começaram a ser usadas por times de outros setores, como marketing e vendas e atendimento — e Salles e Mitelman se deram conta do tamanho do negócio. — Foi bem estratégico lançar no CBTD, para um público carente de tecnologia. Mas fomos tímidos no inicio pois não tínhamos investimento — diz Salles.

A Inner tem 9 pessoas no time, incluindo os dois fundadores. São profissionais de tecnologia e também de produção de conteúdo, que conhecem a demanda das empresas e ajudam a alimentar os modelos. O aporte vai servir para aprimorar o produto e escalar as vendas. O time deve permanecer enxuto. — No máximo vamos a 10 a 15 pessoas neste primeiro momento — diz Mitelman.

Mas a ambição é grande. Os sócios querem ver a Inner AI se transformar no primeiro software brasileiro de alcance global. — Queremos ser uma companhia global. Assim como o Canva, que é australiano, ou o Fiverr, de Israel. Falta uma tecnologia brasileira —, diz Salles

COMPLIANCE

O Inner AI opera em um ambiente fechado — isso limita a alimentação de dados, mas garante a privacidade de dados, sem que o conteúdo da empresa vaze para as plataformas de AI. É possível ainda garantir a confidencialidade de dados entre diferentes contas dentro do mesmo ambiente corporativo.

Os conteúdos gerados pelo Inner AI estão em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados brasileira e possuem certificação SOC 2, selo de compliance em cyber segurança. A Inner também é signatária do Content Authenticity Initiative: as imagens vêm com marca d’água invisível que atestam que elas foram geradas por inteligencia artificial.


Fonte: O GLOBO