Na outra ponta, dois terços dos trabalhadores entrevistados disseram que sua empresa não oferece oportunidades para progredir na carreira
Chefes querem trabalhadores mais qualificados. Trabalhadores querem mais habilidades. De ambos os lados, ninguém está feliz no mundo corporativo. É o que revela índice anual de otimismo profissional do Instituto de Carreiras da Universidade de Phoenix. Mais de 5 mil trabalhadores nos Estados Unidos disseram se sentir facilmente substituíveis em seus locais de trabalho.
Quase dois terços dos entrevistados disseram que sua empresa não oferece oportunidades para progredir na carreira. E cerca de um terço dos trabalhadores relatou que a liderança da empresa não reconhece suas contribuições, o que os deixa desmotivados e muitas vezes leva a uma produtividade menor.
Num mercado de talentos apertado em meio à inflação alta, as empresas estão buscando formas de reduzir despesas e, como efeito, "se fixando na melhor opção disponível fora de sua organização para impulsionar o crescimento", escreveu John Woods, diretor acadêmico da Universidade de Phoenix, no relatório.
ssa perspectiva perpetua o que ele chama de "um ambiente de talentos estagnado", com uma grande desconexão entre como as empresas veem seus trabalhadores e como os trabalhadores se veem.
Empresas relatam falta de talentos qualificados
Quase metade dos mais de 500 chefes entrevistados na pesquisa disseram não ter conseguido encontrar novos talentos no ano passado, devido à escassez de candidatos qualificados.
A pesquisa sugere que a maioria dos líderes empresariais ignora o "imenso potencial" que sua força de trabalho existente poderia trazer se lhes fossem oferecidas oportunidades necessárias de avanço.
"Esses trabalhadores possuem um desejo significativo de avançar e adquirir os conjuntos de habilidades que os empregadores estão buscando para fortalecer seus negócios para o futuro", escreveu Woods. Mas os chefes não veem dessa forma.
Trabalhadores querem adquirir habilidades
Mais de 60% dos empregadores acreditam que suas empresas oferecem muitas oportunidades de crescimento para sua força de trabalho existente. Mas apenas pouco mais de um terço dos trabalhadores concordaram com essa percepção.
Essa lacuna se torna um chamado à ação para os empregadores: A grande maioria dos funcionários disse que sabem que precisam de um conjunto de habilidades maior para se manterem à frente, e eles são gratos por qualquer empresa que lhes ofereça chances de adquirir essas habilidades e apoie seu crescimento. Mas as empresas buscam trabalhadores externos com as habilidades existentes, deixando sua equipe atual se sentindo estagnada.
Esse sentimento de estagnação pode ser significativamente mais prejudicial para o resultado final do que uma simples ausência de habilidades. Sem oportunidades de avanço, os trabalhadores têm o dobro de chances de procurar um novo cargo - e é bem documentado que preencher a lacuna deixada por um funcionário que sai é mais caro e demorado do que encontrar um meio-termo.
Depois, há a questão de se sentir desvalorizado. Naturalmente, vários anos de demissões, greves e um cenário macroeconômico assustador muitos trabalhadores nervosos.
Cerca de 42% disseram que se preocupam com uma economia fraca custando-lhes seus empregos, e 38% disseram que seu salário não acompanhou a inflação - más notícias, já que um percentual similar diz que não consegue mais pagar pelas mesmas coisas que podiam há apenas dois anos.
A estagnação está longe de ser uma sentença de morte corporativa, no entanto. Quase 80% dos americanos estão otimistas quanto às perspectivas de suas carreiras, e uma porcentagem similar se sente no controle de seu futuro.
Mas a imagem é um pouco mais sombria para as empresas: Se as companhias dos EUA não se comprometerem a nutrir o talento em vez de buscá-lo externamente, elas correm o risco de perder até US$ 1,35 trilhão cumulativamente em economias, estima a Universidade de Phoenix. Certamente, isso custa muito mais do que um seminário de programação.
Fonte: O GLOBO
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