Cidade se firma como polo de grandes conferências, como G20 e Web Summit, e lota seu calendário anual de shows, convenções, feiras e exposições

Famoso pelo réveillon e pelo carnaval, o Rio agora desfruta de uma agenda lotada de eventos ao longo de todo o ano. A cidade — que acaba de encerrar a segunda edição do Web Summit e está prestes a receber a reunião de cúpula do G20, em novembro — virou polo de grandes eventos, incluindo shows, festivais, convenções, feiras e exposições que injetam bilhões de recursos na economia local.

O Rio deverá ter pelo menos 68 grandes eventos este ano — incluindo o show de Madonna na Praia de Copacabana, em maio — capazes de injetar R$ 2,3 bilhões (US$ 467,2 milhões) na economia e arrecadar R$ 117 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS) para o município, segundo levantamento do Visit Rio Convention Bureau.

A entidade ainda assinou este mês um termo de cooperação com a Fecomércio RJ para ampliar a captação de eventos nas áreas de inovação, tecnologia, além de esportivos e corporativos. A meta é aumentar em até 25% o número de encontros que a cidade recebe em 12 meses.

O Web Summit Rio é um dos eventos que já se consolidaram no calendário carioca. A conferência lotou o Riocentro entre os dias 15 e 18 de abril e reuniu quase 35 mil pessoas (34.397) por dia — alta de 61% em relação à edição de estreia, em 2023, que teve público de 21 mil por dia.

R$ 1 bi em negócios

A Invest.Rio, agência de promoção e atração de investimentos da Prefeitura do Rio, calcula ter fechado pelo menos dez acordos de cooperação durante o evento, que devem gerar cerca de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) em negócios para a cidade nos próximos quatro anos. O valor é o dobro do montante firmado em acordos na edição anterior.

Secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões avalia que este ano tem sido produtivo. Além dos acordos fechados, a inauguração do Porto Maravalley na semana passada com o Impa Tech mostra a potência da cidade:

— A gente está recuperando o simbolismo da cidade, como capital da inovação e da tecnologia — avaliou Chicão.

Ele espera que o Web Summit no Rio alcance números da edição de Lisboa, que atrai 70 mil pessoas por dia. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Econômico projeta que o evento movimentará R$ 1,5 bilhão até 2028, somando as seis edições anuais.

Encontros de negócios

Para Eduardo Rodrigues, diretor-geral do Riocentro, espaço operado pela francesa GL Events, os números confirmam a vocação do Rio como um destino vibrante e atrativo não apenas para a realização de eventos culturais, mas também para encontros de negócios. Esse turista gasta de três a quatro vezes mais que o de lazer, destacou o executivo.

A rede hoteleira é um dos setores favorecidos diretamente pelos grandes eventos. Rodrigues contou que a taxa de ocupação do Lagune Barra Hotel, que fica no complexo do Riocentro, chegou a 100% durante o Web Summit:

— Tem todo um complexo hoteleiro na Avenida Abelardo Bueno que se beneficia do evento. Também vimos um reflexo na Zona Sul do Rio, com eventos promovidos pelos expositores.

A presença de hubs e grandes eventos tecnológicos reforça a estratégia de captação de novas conferências. Já está fechado para 2027 um congresso internacional de machine learning (um tipo de inteligência artificial), segundo o executivo da GL Events:

— Quando um evento internacional decide vir para a cidade, avalia-se não só a infraestrutura, mas também a existência de capital intelectual para suportar o que vai ser discutido. E o movimento no Porto Maravalley junto ao Impa ajuda. O Rio está se tornando polo de eventos de tecnologia e inovação porque é forte nesse segmento.

A cobertura do Web Summit Rio 2024 na Editora Globo é apresentada pelo Senac RJ e Itaú, com o apoio da Prefeitura do Rio | InvestRio.


Fonte: O GLOBO