Edneia Fernandes chegou a dar entrada no hospital, mas não resistiu ao ferimento na cabeça

Mãe de seis filhos, a cabeleireira Edneia Fernandes, de 31 anos, chegou a ser socorrida e levada ao hospital após ser atingida por um tiro na cabeça durante uma ação da Polícia Militar em Santos, no litoral de São Paulo

Encaminhada por testemunhas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste, ela foi transferida para a Santa Casa, mas não resistiu ao ferimento. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), foi instaurado inquérito militar para apurar o incidente.

Quem era Edneia Fernandes?

Cabelereira, Edneia Fernandes era mãe de seis filhos. Nas redes sociais, Edneia costumava postar fotos das crianças e frases com temática religiosa. Ela também chegou a trabalhar como designer de sobrancelhas.

Edneia Fernandes chegou a dar entrada no hospital, mas não resistiu ao ferimento na cabeça — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em publicação no Facebook, uma comadre de Edneia prestou homenagem à amiga. "Comadre, prometo nunca te esquecer. Te amamos. Estou sem acreditar (...) Por que logo com você, isso?", escreveu a comadre.

O sepultamento de Edneia está marcado para este sábado, 30 de março, às 8h30, no Cemitério da Areia Branca.

Edneia Fernandes chegou a dar entrada no hospital, mas não resistiu ao ferimento na cabeça — Foto: Reprodução/Redes Sociais

De acordo com a SSP, policiais militares patrulhavam a região da praça José Lamacchia, em Santos, quando dois homens em uma moto, em alta velocidade, teriam ignorado a ordem de parada e atirado cinco vezes contra os agentes, que reagiram.

Segundo a polícia, os dois suspeitos fugiram, e a moto foi encontrada. Familiares da jovem, no entanto, afirmam que não houve troca de tiros, mas sim uma única bala desferida por policiais.

O caso ocorre em meio a um aumento da atividade policial na Baixada Santista, que passa pela chamada Operação Verão, deflagrada para conter o avanço do crime organizado na região.

Recentemente, um relatório da Ouvidoria da Polícia e outras entidades, entregue ao Ministério Público de São Paulo, chegou a denunciar a alta letalidade policial na Baixada e reuniu casos de crimes com possíveis abusos de autoridade, tortura, execuções sumárias, obstrução à Justiça, fraude processual e outras violações de direitos humanos.

A nova fase da Operação Verão foi deflagrada em 2 de fevereiro, após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos.


Fonte: O GLOBO