Militares de Israel declararam que estavam prontos para atacar mais posições do movimento; ação aumenta os temores de que o conflito na Faixa de Gaza possa se espalhar
O comandante “teve um papel de liderança na gestão das operações do Hezbollah no sul”, disse o oficial de segurança, solicitando anonimato por questões de segurança. Conforme publicado pela Reuters, Wissam al-Tawil estava em seu carro com outro combatente quando foi atingido por um bombardeio a uma dezena de quilômetros da fronteira com Israel.
Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, principal porta-voz dos militares israelenses, ao menos sete membros do Hezbollah morreram. Em entrevista coletiva realizada na noite de domingo, ele disse que os militares estão concentrados em destruir a unidade Radwan do Hezbollah, que teria planos de infiltrar-se em Israel pela fronteira norte.
O ataque mais recente ocorre em meio a receios de uma escalada regional, especialmente após o assassinato do número dois do Hamas, Saleh al-Arouri, em ataque atribuído a Israel em 2 de janeiro. Líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah já havia afirmado, na última sexta-feira, que seria “inevitável” uma resposta dura contra Israel.
O discurso, o segundo de Nasrallah desde a morte de al-Arouri, foi feito no mesmo dia em que o governo libanês apresentou uma queixa no Conselho de Segurança da ONU classificando o ataque em Beirute como “a fase mais perigosa” das agressões israelenses. O líder disse “não poder” ficar calado diante de “uma violação dessa magnitude, porque significaria que todo o Líbano estaria exposto [no futuro]”.
Escalada do conflito
As declarações foram dadas depois de o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ter alertado autoridades dos EUA de que é cada vez mais curto o tempo para se evitar um conflito mais amplo com o grupo xiita no Líbano. A elevação do tom ocorreu no dia em que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, iniciou seu quarto percurso pelo Oriente Médio desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, há quase três meses, para tentar evitar a ampliação da crise.
De acordo com Nasrallah, se Israel obtiver êxito em conquistar a Faixa de Gaza — onde combate o Hamas desde 7 de outubro, quando sofreu o pior ataque em seu território desde a criação do Estado Judeu, em 1948 —, o sul do Líbano será o próximo objetivo militar do país. Neste momento, para Nicholas Blandford, analista do Atlantic Council, os ataques de um lado e de outro ainda estão “dentro de um certo limite”. Ele não descartou, porém, a possibilidade de que “algo (maior) esteja por vir”.
Fonte: O GLOBO
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