Grupo adota lema 'Go, Go, Go' em resposta atrevida aos que se preocupam com a segurança da tecnologia e promovem a ideia de que a IA poderosa poderia destruir a humanidade

Na reta final do prazo para apresentar propostas que reduzam os juros do rotativo do cartão de crédito, atualmente em 431% ao ano, quatro bancos desenharam uma alternativa e entregaram ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste fim de semana.

Santander, Bradesco, Itaú e Nubank sugeriram que os juros em todos os financiamentos feitos com cartão de crédito não poderiam ultrapassar 100% do valor principal da dívida, incluindo rotativo e parcelado com juros.

A proposta é uma ampliação do que está previsto na lei que criou o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal.

O projeto remetia ao Conselho Monetário Nacional (CMN) a fixação de limites para os juros do cartão. Aprovada no início de outubro, a proposta determinava um limite de 100% do valor da dívida para os juros cobrados no rotativo e dava prazo de 90 dias para as instituições financeiras apresentarem sua própria solução.

Ou seja, começa a valer em janeiro, caso bancos, maquininhas, varejo e bandeiras de cartões não cheguem a um consenso. A próxima reunião do grupo está marcada para 21 de dezembro.

Além de Haddad, votam no CMN a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Os bancos defendem ainda mudanças no parcelado sem juros, como um limite mais baixo de prestações. Com isso, as instituições financeiras estimam que os juros do rotativo podem cair, já que subsidiam o parcelado sem juros, segundo posição da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Segundo a entidade, não existe parcelado sem juros, já que os custos de lojistas estão embutidos no preço final do produto. As maquininhas defendem a manutenção do parcelado sem juros sob o argumento de que é uma modalidade de crédito importante para os brasileiros.

Participaram do encontro com Haddad Milton Maluhy, presidente do Itaú Unibanco; Mario Leão, do Santander; Marcelo Noronha, do Bradesco; e Cristina Junqueira, do Nubank. Octavio de Lazari Junior, presidente do conselho diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e ex-presidente do Bradesco, também participou, assim como o presidente da Febraban Isaac Sidney.

Os bancos são os emissores de cartões e também têm empresas de maquininhas.

Os juros do rotativo estão em 14,94% ao mês ou 431,58% ao ano, segundo dados de outubro do BC. O parcelado sem juros representa 15% do saldo da carteira total de crédito das famílias, diz a Febraban.

Segundo interlocutores da Fazenda, a discussão em torno dos juros do cartão de crédito está sendo conduzida pelo BC. Por isso, a pasta deve concentrar esforços na agenda de votações no Congresso. Caso não haja consenso, caberá ao BC encaminhar proposta ao CMN. Só então a Fazenda irá se manifestar com seu voto. (Colaborou Alvaro Gribel)


Fonte: O GLOBO