Vítimas foram encontradas mortas no dia de Natal. França tem a média de um feminicídio a cada três dias

A polícia francesa anunciou a detenção nesta terça-feira de um homem suspeito de matar a esposa e os quatro filhos, encontrados mortos no dia de Natal em um apartamento em uma região próxima de Paris.

As autoridades encontraram na segunda-feira os corpos da mulher e seus quatro filhos, de nove meses, quatro, sete e 10 anos, na casa da família na cidade de Meaux, que fica 40 km ao leste de Paris, depois que parentes não receberam notícias dos cinco e alertaram a polícia, informou o procurador Jean-Baptiste Bladier em um comunicado.

"O apartamento não apresentava nenhum sinal de entrada forçada e o pai da família estava ausente", disse.

Uma fonte próxima ao caso afirmou que a mãe, de 35 anos, e os filhos foram assassinados a facadas. O pai tem 33 anos.

O homem, que tem antecedentes de atos de violência dentro da família e transtornos psiquiátricos, foi detido em Sevran, outro subúrbio no leste de Paris, segundo uma fonte policial.

A investigação aberta por "homicídio doloso com premeditação" é liderada pela direção regional da polícia judicial de Versalhes.

Recentemente, dois infanticídios triplos foram registrados em áreas próximas da capital francesa.

No final de novembro, um homem de 41 anos, já condenado por violência doméstica, compareceu a uma delegacia para confessar os assassinatos das três filhas, com idades entre 4 e 11 anos, em Alfortville. Um mês antes, um gendarme matou as três filhas e depois cometeu suicídio, em sua residência em Vémars.

A França tem a média de um feminicídio a cada três dias.

No ano passado, 118 mulheres foram assassinadas pelo cônjuge ou ex-companheiro.

No total, 244.300 vítimas de violência de gênero, a maioria mulheres, foram registadas pelas forças de segurança, um número que representa um aumento de 15% na comparação com 2021.

As associações de defesa dos direitos das mulheres interpretam o aumento como um sinal de que suas reivindicações estão sendo mais ouvidas.


Fonte: O GLOBO