Camisa 8 chega de sequência de jogos chamativos, e Mundial pode torná-lo ainda mais confiante, projetando o ano de 2024

O final da temporada do Fluminense deixou um personagem com caminho evidente para evoluir ainda mais em 2024: Martinelli. O Mundial de Clubes pode ser o último torneio que André e Nino disputarão pelo clube e, no caso da venda do volante para o futebol europeu ser confirmada, o camisa 8 é a bola da vez da posição nas Laranjeiras.

Versatilidade no meio e na defesa, e conhecimento dos bastidores do tricolor, para mais um jogador que se destaca após ser lançado por Xerém, fazem parte do pacote que envolve o atleta de 22 anos. Questionado em outros momentos, sua confiança se encontra em alta, e o Mundial de Clubes, na Arábia Saudita, pode ser uma oportunidade de ouro para demonstrar qualidade.

Versatilidade

O jogador ganhou sequência como titular no meio de campo desde o empate contra o Corinthians (3 a 3), pelo Brasileirão, em meados de outubro. Na final da Libertadores, a dúvida às vésperas da partida era ser Martinelli ou John Kennedy seria o titular. O camisa 8 foi confirmado por Fernando Diniz para iniciar diante do Boca Juniors.

Mais recentemente, na reta final do Brasileiro, foi um dos grande destaques, inclusive fazendo gol, na vitória sobre o Santos por 3 a 0, na Vila Belmiro

Antes, contra o São Paulo, no Maracanã, assumiu a responsabilidade de ser zagueiro da equipe no segundo tempo, ao lado de Thiago Santos. Exercendo uma função que foi muito requisitada a André — o próprio entrou durante a partida e eles formaram dupla de zaga na reta final —, foi importante para o placar de 1 a 0.

— Não é uma novidade. Eu vejo tudo como um conjunto e sempre fiz coisas parecidas. Não consigo “departamentalizar” o jogo de futebol — disse o treinador Fernando Diniz após o jogo diante do tricolor paulista, revelando como pensa a função de nomes como Martinelli.

Ao longo das partidas, também não é difícil vê-lo atuando até como lateral esquerdo na saída de bola, sintoma de uma peça que se adapta ao esquema onde todos podem atuar em todos os cantos do campo, algo que Fernando Diniz treina muito em seus times.

Construído aos poucos

Martinelli foi lançado no profissional do Fluminense no fim de 2020, com 19 anos, após passar pelo sub-17, sub-20 e sub-23 do clube. Parte de uma safra que revelou nomes como os atacantes João Pedro e Luiz Henrique, ambos no futebol europeu, e André, ele viu todo o caminho de recolocação tricolor nas grandes competições, que culminou no título da Libertadores no último dia 4 de novembro.

— Foi um processo doloroso. Quando o Diniz chegou, a gente falava que ia voltar para a Libertadores e conseguir o título. Se fosse para escolher um, era esse. A gente deu a vida e foi coroado — disse ele, após a vitória sobre o Boca.

Até o momento na temporada, Martinelli disputou 49 partidas e fez três gols. O jogador, que renovou o seu contrato até o final de 2025, pode usar o Mundial de Clubes como porta para se consolidar definitivamente.

Na Arábia Saudita, o Fluminense realiza mais um treino hoje para a semifinal de segunda-feira, contra Al-Ittihad ou Al Ahly.


Fonte: O GLOBO