Alimentos dessa vez não deram alívio ao índice e registram a maior alta do mês: 0,63%.

O que parecia impossível na primeira metade do ano foi atingido e agora se confirma com o IPCA de novembro: o Brasil cumprirá a meta de inflação que é 3,25%, mas que tem um limite máximo de 4,75%. Em novembro o índice ficou em 0,28% e em doze meses está em 4,68%. No acumulado do ano ficou em 4,04%.

Desta vez não houve ajuda da inflação de alimentos, ao contrário, foi a maior alta do mês: 0,63%. Esse item, alimentos e bebidas, passou grande parte do ano em queda, teve deflação. E esse alívio foi maior ainda e alimentação no domicílio. A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,42% no ano anterior para 0,32% em novembro. No grupo Habitação, o que pesou foi a taxa de água e esgoto de 1,02%.

Mas o mais importante da história da inflação em 2023 é que pela força de vários acertos o Brasil, depois de descumprir a meta por dois anos, chega no último mês do ano com todos os especialistas acreditando que o presidente do BC não precisará escrever uma carta se explicando.

A deflação de alimentos foi um grande indutor da queda. Mas os acertos da política econômica desfizeram temores acumulados na transição. O super saldo comercial irrigou o mercado de dólares. E o Banco Central fez a política monetária certa para atingir esse objetivo. Basta olhar para o lado para ver o valor dessa conquista: a Argentina está indo para 200%.


Fonte: O GLOBO