Primeira reunião será em janeiro e objetivo é criar estratégias para melhorar o atendimento aos passageiros

Dificuldade no ressarcimento, cancelamentos de voos, oferta não cumprida, propaganda enganosa e cobrança abusiva para alteração de voo estão no topo de uma longa lista de problemas registrados por clientes das companhias aéreas em órgãos de defesa do consumidor. Foram essas queixas que levaram a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a criar um comitê para estudar e implementar medidas para aprimorar o atendimento aos consumidores do setor aéreo. Apenas plataforma Consumidor.gov - de intermediação de conflitos de consumo do governo federal - já são contabilizadas 87.555 de janeiro até agora. A primeira reunião será em janeiro.

-As companhias aéreas estão entre três setores prestadores de serviço com maior índice de reclamação. São as mais diversas queixas, de cancelamento de voos em cima da hora a preço de passagem. Vamos organizar um grupo de trabalho, com representantes da secretaria, da Anac e das companhias aéreas para traçar medidas para o enfrentamento dessas reclamações e promover uma melhora na prestação de serviços oferecidos pelas empresas aéreas - explica Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor.

A criação do comitê foi decidida em reunião realizada, nesta quinta-feira, entre o secretário, a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro, representantes de Azul, Gol e Latam, da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) e da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta). A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão regulador do setor, não participou do encontro, mas será convidada a participar do comitê.

Ainda não há uma agenda definida para a reunião de janeiro, mas o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Vitor Hugo do Amaral, destacou que a pauta se guiará o ranking de reclamações dos consumidores aos órgãos de defesa do consumidor. Além das queixas por cancelamento, ressarcimento e mudanças nos voos, ele destaca ainda os relatos frequentes de falhas nos canais de atendimento das empresas, falta de assistência em caso de cancelamentos e/ou atrasos nos voos, especialmente com passageiros idosos e crianças.


Fonte: O GLOBO