Recém empossado no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet e sua equipe aproveitarão o recesso do Judiciário para colocar a casa em ordem. Uma das prioridades será a análise das investigações criminais, inclusive aquelas que abrangem políticos como o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nesse período, a nova cúpula da PGR vai se inteirar das ações que lhe cabe apresentar denúncias. Entre esses casos estão as investigações sobre a relação de Jair Bolsonaro com os atos golpistas de 8 de janeiro, a intenção de realizar um golpe de Estado e a aquisição irregular de presentes que o ex-presidente recebeu como chefe de Estado.

Sob o comando de Gonet, a PGR também terá que se manifestar sobre o relatório final elaborado pela CPI dos atos golpistas que pede o indiciamento de 61 pessoas, entre elas, Bolsonaro.

Gonet ainda não definiu o formato que vai adotar para a área criminal. Os casos urgentes que chegarem durante o recesso devem ser analisados pelo próprio procurador-geral da República e por seu vice, Hindemburgo Chateaubriand.

Ao longo do recesso é que Gonet deve definir se vai designar outros subprocuradores para auxiliar na análise dos processos criminais e como será montada a equipe.

O modelo variou ao longo das últimas gestões. Seu antecessor, Augusto Aras, dividiu os casos criminais entre diversos subprocuradores. Isso, entretanto, costumava gerar divergências e desentendimentos dentro da gestão. Os procuradores-gerais anteriores, Raquel Dodge e Rodrigo Janot, cuidavam pessoalmente dos casos criminais que tramitavam no Supremo Tribunal Federal, enquanto seus vices eram responsáveis pelos casos no Superior Tribunal de Justiça, instância que julga governadores de Estado.


Fonte: O GLOBO