Número de pessoas pertencentes a grupo étnico-racial chegou a aproximadamente 1,7 milhão no ano passado

Os dados mais recentes do Censo Demográfico 2022, revelados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a população indígena quase dobrou (89%), no comparativo com a divulgação anterior, de 2010.

De acordo com a pesquisa, o número que contempla os povos originários no Brasil era no ano passado 1.694.836, se considerada a soma dos pessoas declaradas segundo os quesitos de cor ou raça e se considera indígena. 

Se a comparação for estendida para o intervalo entre 1991 e 2022, que compreende desde o início das divulgações do IBGE neste segmento, por grupo étnico-racial, o aumento é ainda maior: os indígenas saem de apenas 0,2% (294.148 pessoas) no início da aferição para 0,83% hoje reportados.

Em contrapartida, o número de pessoas amarelas apresentou decréscimo significativo: são, na última pesquisa divulgada, 850.130 brasileiros identificados com esta cor ou raça. Isso representa uma perda de quase 60% no comparativo com 2010, quando o grupo passava de pouco mais de dois milhões, mostram os dados.

Na pesquisa de 2022, o IBGE elaborou uma mensagem de confirmação ao informante com a descrição do que é ser amarelo. Segundo a instituição, esse trabalho de aviso impactou nos resultados. Assim, a população amarela retoma os patamares próximos aos aferidos nas pesquisas realizadas entre 1991 e 2000, quando era representada por 630.658 e 761.583 pessoas, respectivamente.

O IBGE utiliza o conceito de “raça” como uma categoria socialmente construída na interação social e não como um conceito biológico. Na pesquisa, cada pessoa responde ao IBGE a sua percepção sobre a cor ou raça a que pertence, baseado em critérios como origem familiar, cor da pele, traços físicos, etnia e pertencimento comunitário, entre outros. 

Além disso, o instituto afirma que essas cinco categorias estabelecidas na investigação (branca, preta, amarela, parda e indígena) também podem ser entendidas pelo informante de forma variável.

No entanto, o manual de entrevista do Censo conceitua cada uma das categorias. A pessoa parda, por exemplo, é definida como aquela "que se declarar parda ou que se identifique com mistura de duas ou mais opções de cor ou raça, incluindo branca, preta, parda e indígena". Já a amarela é definida como "pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana, etc".

Maiores populações

Segundo o instituto, o município que concentra a maior população amarela é São Paulo, com 238.603, tendo em vista que ela é, inclusive, a cidade brasileira mais populosa do país. A segunda colocada, Curitiba (PR) tem um número 10 vezes menor: 23.635.

São Paulo lidera ainda quando considerados outros grupos étnicos-raciais como a população preta, amarela e parda. Há apenas uma exceção nessa lista: os povos indígenas. A capital paulista fica fica de fora até mesmo das três colocações, ocupadas apenas por municípios do Amazonas.

Pessoas indígenas

Em números absolutos
  • Manaus (AM): 71.691
  • São Gabriel da Cachoeira (AM): 48.256
  • Tabatinga (AM): 34.497
Por porcentagem
  • Uiramutã (RR): 96,6%
  • Santa Isabel do Rio Negro (AM): 96,2%
  • São Gabriel da Cachoeira (AM): 93,2%
Pessoas amarelas

Em números absolutos
  • São Paulo (SP): 238.603
  • Curitiba (PR): 23.635
  • Londrina (PR): 18.026
Por porcentagem
  • Assaí (PR): 11,5%
  • Bastos (SP): 10,3%
  • Uraí (PR): 5,9%

Fonte: O GLOBO