Crise no Rio e movimentação do atual chefe da pasta de Justiça e Segurança Pública para emplacar sucessor atrapalham indicação, segundo aliados
O entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que o ministro Jorge Messias (Advocacia Geral da União) hoje está à frente do colega Flávio Dino (Justiça) na corrida para ser indicado pela a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de ressaltarem que Lula praticamente não trata do assunto e dá poucas pistas do que pretende fazer, os auxiliares do presidente acreditam que, pelo histórico, a estratégia de Dino de dar protagonismo ao secretário executivo Ricardo Cappelli nas últimas semanas não agrada.
A exposição de Cappelli foi lida no Planalto como uma tentativa de Dino de tornar natural a permanência do seu secretário executivo no comando da pasta caso Lula o escolha para o Supremo. O presidente não gosta que auxiliares tratem ministérios como feudos.
Além disso, Dino ainda está lidando com a crise de segurança pública no Rio e na Bahia. Uma troca na pasta, no momento, poderia passar uma imagem de que o tema não está sendo tratado como prioridade dentro do governo.
Messias tem o apoio da maioria das lideranças do PT. O atual advogado-geral da União possui uma ligação antiga com o partido, mesmo não sendo filiado. No governo Dilma Rousseff, ele foi subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil.
Já Dino é defendido pelos ministros do Supremo Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Deputados e dirigentes do PT se opõem à indicação do ministro da Justiça. Ainda corre por fora o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Apesar de verem Messias como favorito, os auxiliares do presidente não se arriscam a dizer quando Lula deve fazer a escolha do indicado. A vaga no Supremo está aberta desde o dia 30 de setembro, quando Rosa Weber se aposentou ao completar 75 anos.
O GLOBO mostrou que Lula já leva, em média, mais que o dobro do tempo para definir quem vai ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal que o observado em seus mandatos anteriores.
O presidente também precisa escolher o nome do procurador-geral da República. A vaga vem sendo ocupada interinamente por Elizeta Ramos desde o fim do mandato de Augusto Aras.
Fonte: O GLOBO
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