Melhor ginasta no individual, ela pode conquistar o primeiro ouro individual da modalidade; em Lima-2019 ela foi prata na fita

Bárbara Domingos confessou: não tem ideia do que conquistou esse ano na ginástica rítmica. Nem mesmo assimilou o fato de ter garantido vaga olímpica para Paris-2024, via Campeonato Mundial, algo inédito. E a melhor atleta do Brasil na modalidade quer mais. Disse que está em Santiago-2023 para quebrar mais tabus. E isso inclui cinco medalhas, de preferência de ouro. A ginástica rítmica, que começa nesta quarta-feira, ainda não tem título continental nem no individual geral, nem nos aparelhos.

— Esse ano foi repleto de feitos históricos mas tem muita coisa ainda por vir. Aqui no Pan, quero cinco medalhas, quem sabe cinco ouros. É possível sermos campeãs pan-americanas, temos atletas bem preparadas — disse Bárbara, que tem medalha inédita de prata na fitas de Lima-2019.

Além dela, Natália Guadio terminou em terceiro pelo individual geral na edição passada. Em Santiago-2023, o Brasil será representado ainda por Geovanna Santos e Maria Eduarda Alexandre. Jojo ganhou cinco medalhas no torneio continental desta temporada, enquanto Maria, de 16 anos, grande aposta para o futuro da rítmica brasileira, pode surpreender.

Bárbara Domingos, ginasta confessa que não tem a dimensão das conquistas histórias da carreira — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

— Será acirrado, mas bom de competir. Sou muito competitiva e ainda não tenho noção do que estou conquistando, é muita informação. Até o fato de já ter a vaga olímpica ainda não caiu a ficha — confessa a atleta. — Acho que só quando voltar para casa, em Curitiba, após o Pan é que vou conseguir parar para pensar o que foi este ano e o que estou fazendo.

Ela, que não foi a Tóquio-2020 e passo por cirurgia na quadril, garantiu vaga em Paris-2024 durante o Mundial de Valência. Além do sétimo lugar na final inédita das maças, conquistou a 11ª posição no geral, melhor resultado do Brasil em toda a história do Mundial. Em abril, na etapa da Copa do Mundo de Sófia, na Bulgária, ficou com o bronze na fita e se tornou a primeira atleta da América Latina a subir ao pódio neste tipo de torneio.

Dias depois, a curitibana voltou a competir, desta vez, no Grand Prix de Thiais, na França, e conquistou o ouro na fita e garantiu a primeira medalha do Brasil em um GP da modalidade.

— Acredito que foi resiliência, força e acreditar. Mas também trabalho, claro, porque na nossa modalidade o que está em jogo é a perfeição, o detalhe — fala a atleta, que prepara nova coreografia da série da bola para Paris-2024. — Temos de continuar a sonhar sempre.

Em junho, Bárbara foi ouro no geral, nas maças e na fita no Campeonato das Américas de ginástica rítmica. Uma prévia do que pode acontecer em Santiago-2023.


Fonte: O GLOBO