Procedimento é utilizado para remover depósitos de gordura localizados que não respondem à dieta e ao exercício físico
O que é a lipoaspiração?
De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS, da sigla em inglês), os locais em que a lipoaspiração é mais utilizada são o abdômen, quadris, coxas, nádegas e outras áreas onde a dieta e o exercício sozinhos não tiveram sucesso em eliminar a gordura extra.
No entanto, diferente de outras técnicas como a cirurgia bariátrica, é importante destacar que a lipoaspiração não é destinada à perda de peso. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), os candidatos ideais são justamente pessoas que já têm um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática de atividades físicas, e que não estão com excesso de peso.
Logo, indivíduos dentro da faixa ideal de peso, ou com um leve sobrepeso, mas com um bom tônus muscular e que possuem alguns acúmulos extras de gordura localizados que causem incômodo por serem desproporcionais ao restante do corpo.
Além disso, a ASPS acrescenta que ter uma pele firme e elástica também levará a melhores resultados. Já indivíduos com a pele fina e flácida, seja pelo envelhecimento ou pela perda de peso, podem não conseguir alcançar a remodelação desejada pelo procedimento.
Como é feita a lipoaspiração?
No geral, de acordo com a Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos e Estéticos (BAAPS, da sigla em inglês), a lipoaspiração envolve o uso de um tubo fino denominado cânula, que é inserido através de pequenas incisões feitas na pele do local escolhido. Em seguida, um dispositivo de sucção é conectado à cânula, e a gordura é aspirada para fora do corpo.
Para que o paciente não sinta dor, o procedimento é geralmente feito com sedação intravenosa, que deixa o paciente inconsciente, mas pode envolver também apenas anestesia local.
Quais são os tipos de lipo?
Ainda que o princípio seja o mesmo, a aspiração da gordura localizada, existem diferentes tipos de lipoaspiração que dizem respeito principalmente ao uso de estratégias para facilitar a retirada dessa gordura. Esses tipos podem ainda ser utilizados em conjunto. Alguns deles são:
- Lipoaspiração Tumescente: É o procedimento mais comum. Envolve a injeção de uma solução salina (água salgada) nas áreas com excesso de gordura. O líquido inclui medicamentos como epinefrina, que contraem os vasos sanguíneos, facilitando a remoção da gordura e minimizando a perda de sangue;
- Lipoaspiração Assistida por Ultrassom (UAL): Nela, o cirurgião utiliza um ultrassom por meio de uma haste metálica posicionada sob a pele que emite uma energia para ajudar a gordura a quebrar mais fácil e ser removida do corpo;
- Lipoaspiração Assistida por Energia (PAL): Utiliza uma cânula que se move para frente e para trás dentro dos depósitos de gordura, quebrando-os. Essa cânula mecanizada simplifica o processo de remoção da gordura, resultando em maior precisão durante o procedimento;
- Lipoaspiração Assistida por Laser: Nesse caso, é utilizada uma luz laser intensa por meio de um tubo fino e flexível para desintegrar e liquefazer a gordura, tornando sua remoção mais fácil;
- Lipoaspiração de Alta Definição (LAD ou Lipo HD): Famosa entre celebridades, a Lipo HD, na realidade, não tem a ver com o método, mas sim com a forma como o contorno é feito pelo cirurgião. Pode, por exemplo, utilizar técnicas comuns de sucção da gordura, como o ultrassom. A diferença é que o profissional tem uma preocupação maior com os relevos musculares, para que o resultado no abdômen destaque os “gominhos” do paciente e dê a aparência trincada. Porém ele precisa já ter um bom tônus muscular.
Todos os procedimentos têm um perfil de segurança semelhante, mas para isso é importante realizar a cirurgia num local adequado, com uma equipe especializada e seguindo todas as orientações do médico.
Qual o risco de fazer uma lipo?
Segundo a SBCP, há alguns riscos, ainda que mais raros, que estão envolvidos por ser uma operação. São eles:
- Cicatrizes desfavoráveis;
- Sangramento (hematoma);
- Acúmulo de líquido;
- Riscos anestésicos;
- Má cicatrização;
- Necrose da pele;
- Dormência ou demais alterações de sensibilidade da pele;
- Assimetria;
- Despigmentação da pele e/ou inchaço prolongado;
- Queimadura causada pelo ultrassom – técnica de lipoaspiração assistida por ultrassom;
- Danos em estruturas mais profundas tais como nervos, vasos sanguíneos, músculos e pulmões;
- Dor, que pode perdurar;
- Trombose venosa profunda, complicações cardíacas e pulmonares (mais graves);
- Fios de sutura podem espontaneamente emergir na pele, tornando-se visíveis ou causar irritação que exija sua remoção;
- Possibilidade de novo procedimento cirúrgico.
A lipoaspiração não é um procedimento que promove uma perda de peso significativa, ela é uma técnica estética para remover acúmulos de gordura em localidades específicas e realçar o contorno corporal.
Segundo a SBCP, o Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que a lipoaspiração não pode remover mais de 7% do volume corporal do paciente. Geralmente o percentual aspirado é de fato inferior, já que o objetivo não é o emagrecimento.
Qual é o valor de uma lipoaspiração?
Os valores de uma lipoaspiração variam bastante a depender da cidade, do estabelecimento em que ela será feita, da técnica utilizada, do profissional e de outros fatores como anestesia, medicamentos e exames. No geral, os preços costumam variar no Brasil entre R$ 7,5 mil e R$ 25 mil. O procedimento, por ter finalidade estética, não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fontes: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP); Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS, da sigla em inglês); Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos e Estéticos (BAAPS, da sigla em inglês); Cleveland Clinic; Mayo Clinic; Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Fonte: O GLOBO
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