Dados divulgados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram terça-feira com tráfego lento, maior do que o registrado nas últimas semanas

O primeiro levantamento divulgado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) na manhã desta terça-feira calculou lentidão de 598 km por volta das 8h. De acordo com o mesmo mapa, feito em parceria com o serviço Waze, a média na manhã de ontem, a título de comparação, era de 439 km.

Na terça passada, a medida estava em 566 km. Embora mais carregado, o trânsito não representa o recorde de lentidão deste ano, que ocorreu no dia 23 de março, também ao longo de uma greve dos metroviários. Naquela data, o trânsito chegou a 846 km.

A lentidão de hoje é a maior desde, pelo menos, o dia 14 de agosto deste ano. Data que abrange o mais recente mapa de trânsito divulgado pela CET nesta manhã. Ao todo, a companhia monitora 20 mil km de vias.

Por volta das 7h40 da manhã, a região Leste registrava os maiores índices de trânsito em toda a metrópole, chegando a 183 km de lentidão, seguida pelas regiões Sul (155 km), Oeste (88 km), Norte (87 km) e centro (26 km).

Desde as primeiras horas do dia, funcionários do metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp entraram em greve conjunta nesta terça-feira em São Paulo. A paralisação ocorre em protesto contra o plano do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de privatizar a companhia de saneamento básico (Sabesp) e fazer a concessão de linhas metroferroviárias.

O trânsito já impacta no preço dos apps de transporte. Na avenida Doutor Assis Ribeiro, próximo à USP Leste, o aplicativo do Uber aponta corridas R$ 14 mais caras que o habitual. Na Cidade Líder, os usuários pagam até R$ 12 de excedente. Nos bairros da Mooca e Vila Prudente, ambas na zona Leste, os valores estão R$ 5,25 e R$ 7 mais salgados.

Quais linhas estão paradas?

Todas as que não são operadas pela iniciativa privada. No metrô, estão fechadas as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. Já na CPTM, não é possível embarcar nas linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.

Quais linhas estão operando normalmente?

As linhas 4-Amarela e 5-Lilás do metrô continuam em funcionamento, assim como as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM.

Qual será a duração da greve?

A greve teve início à meia-noite desta terça-feira e deve durar 24h, até 23h59min.

O que decidiu a Justiça?

Na última sexta-feira, desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) determinaram que as linhas do metrô e da CPTM devem operar com 100% do contingente dos trabalhadores nos horários de pico — das 4h às 10h e das 16h às 21h —, e 80% nos demais horários. Em caso de descumprimento, os sindicatos deverão pagar uma multa diária de R$ 500 mil. As decisões judiciais ainda proibiram a liberação das catracas, conforme queriam os sindicatos, também sob pena de multa.

Já a Sabesp deverá manter 85% de seu contingente de trabalhadores responsáveis por prestar serviços essenciais, como saneamento básico, tratamento e abastecimento de água, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

Quais são as reivindicações?

A greve tem como mote a luta contra os planos de privatização da Sabesp e da concessão das linhas do Metrô e da CPTM para a iniciativa privada. Desde março, o governo Tarcísio de Freitas contratou instituições para fazer estudos sobre essas privatizações. A privatização da Sabesp foi uma promessa de campanha, enquanto os planos de concessão de todas as linhas do transporte sobre trilhos foram anunciados primeiro para os trens, e depois se estenderam ao metrô.

As entidades sindicais que representam os trabalhadores das três empresas argumentam que as concessões significam um “desmonte dos serviços públicos” e gerariam aumento das tarifas do transporte público e da conta de água para a população.


Fonte: O GLOBO