Jeffrey Sillin e David Bernstein devem 'deixar o território russo dentro de sete dias', informou o Ministério das Relações Exteriores

A Rússia anunciou nesta quinta-feira a expulsão de dois diplomatas americanos do país. Eles são acusados de terem atuado como “elo de ligação” com Robert Shonov, um ex-funcionário russo que foi preso no início do ano. Shonov foi acusado de coletar ilegalmente informações sobre a guerra na Ucrânia e de repassá-las a autoridades americanas.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores russo, os dois diplomatas declarados “persona non grata” são o primeiro e o segundo secretários da embaixada dos Estados Unidos em Moscou, Jeffrey Sillin e David Bernstein. Eles “devem deixar o território russo dentro de sete dias”, informou o ministério em comunicado.

Shonov é acusado de “cooperação confidencial com um Estado estrangeiro” porque “foi-lhe confiado tarefas em troca de remuneração financeira com o objetivo de minar a segurança nacional da Rússia”, continuou o ministério. Lynne Tracy, embaixadora dos EUA em Moscou, foi convocada nesta quinta-feira ao Ministério dos Negócios Estrangeiros russo e informada desta decisão.

“As atividades ilegais da missão diplomática americana, incluindo a interferência nos assuntos internos do país anfitrião, são inadmissíveis”, acrescentou o serviço diplomático russo.

Robert Shonov

O Serviço Federal de Segurança (FSB, em inglês) relatou que as acusações contra Shonov, que foi detido em maio, chegam a uma pena de três a oito anos de prisão. Porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller afirmou, em comunicado, que as alegações contra Shonov são “totalmente infundadas”, e que a prisão “apenas destaca as ações cada vez mais repressivas do governo russo”.

“Protestamos veementemente contra as tentativas dos serviços de segurança russos — impulsionados pela mídia controlada pelo Estado russo — de intimidar e assediar nossos funcionários”, afirmou ele em comunicado. Miller afirmou que Shonov trabalhou no Consulado dos EUA em Vladivostok por 25 anos, e que começou a trabalhar para um contratante privado da Embaixada em abril de 2021.

Miller explicou, ainda, que o trabalho de Shonov era escrever resumos de relatórios de mídia a partir de “fontes de mídia russa publicamente disponíveis”, e que seu emprego estava “em estrita conformidade com as leis e regulamentos russos”.


Fonte: O GLOBO