Jairo Mesquita de Oliveira, de 57 anos, estava com a esposa e amigos pescando no Rio Abunã, em Rondônia, quando se afogou no último sábado (9). Amigos e populares tentaram salvá-lo, mas o serralheiro se enrolou na tarrafa e foi puxado para o fundo do manancial.

Uma das paixões do serralheiro Jairo Mesquita de Oliveira, de 57 anos, era reunir os amigos, a esposa e sair para pescar pelos rios. Na última sexta-feira (8), o serralheiro juntou a turma de pesca e foi para Fortaleza do Abunã, em Rondônia (RO), para aproveitar o feriado prolongado e pegar peixei no Rio Abunã.

Ele morava no bairro Placas, em Rio Branco. Jairo de Oliveira saiu da capital acreana em uma caravana de cerca de 20 pessoas.

No sábado (9), enquanto arrumava a tarrafa para pegar peixe, Jairo de Oliveira se enrolou no equipamento de pesca e acabou morrendo afogado. Os amigos que estavam às margens do rio jogaram uma boia para ele e pularam na água para tentar salvá-lo, contudo, o serralheiro foi puxado para o fungo e morreu afogado.

O corpo dele foi encontrado na manhã desse domingo (10) pelos bombeiros de Rondônia. A família chegou a fazer uma campanha de arrecadação de recursos para pagar o translado do corpo, que chegou nessa segunda (11) e foi enterrado nesta terça (12) no Cemitério Morada da Paz, na capital acreana.

Um dos amigos que estava às margens do rio era o vidraceiro Wenece Nascimento da Silva. Ao g1, ele descreveu como o acidente ocorreu.

"Era umas 14h e fomos colocar a malhadeira. Ele foi fazer uma tal de poita, que é uma espécie de âncora, encheu uns sacos de areia e pegou a corda da tarrafa dele, que tinha se soltado. Pulou na água, nadou um pouco com o saco e quando soltou o saco não viu que a corda tinha se enrolado nele, deu duas voltas na coxa dele. Quando soltou, o saco já afundou. Ele ainda conseguiu voltar para superfície", recordou.

Silva diz que o amigo ainda conseguiu segurar a boia e afundou novamente. Nesse momento, as pessoas começaram a puxar a corda da boia, mas Jairo não conseguiu segurar e ser puxado.

"Ficamos até umas 17h30 tentando resgatar ele, um policial que estava lá mergulhou também, mas não conseguimos chegar próximo dele. Estava em uma profundidade de seis metros e meio. Ele estava muito enrolado na corda", lamentou.

O vidraceiro diz que não tira a imagem do amigo se afogando e as pessoas tentando ajudar da cabeça.

"Foi um desespero, estou com essa imagem da cabeça até agora. Não conseguimos tirar. Mobilizou muita gente, mas o local era muito fundo, de pedra, escuro. Fizemos o possível para salvá-lo", disse.

Wenece da Silva e Jairo de Oliveira eram amigos há mais de dez anos. Sempre estavam juntos na pescaria e já estavam organizando a próxima ida ao Rio Abunã para pescar novamente. "Estava todo animado que ia de novo, estávamos marcando para voltar no próximo ano na mesma data. Ele gosta muito de pescar, todo final de semana queria ir pescar, tinha que arrumar um jeito. Gostava demais", relembrou.

Fonte: G1