Em maio, Maykeline Maia compartilhou nas redes sociais que a cadela Sasha havia morrido após uma cirurgia de castração. À época, ela disse ao g1 que ainda estava em busca de informações sobre o procedimento para entender o que havia acontecido.

Três meses após a morte da cadela Sasha, a publicitária e influenciadora Maykeline Maia foi processada pela clínica veterinária Lyon, responsável pelo procedimento cirúrgico pelo qual a cadela passou quando morreu.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Maykeline disse que a clínica entrou com uma ação de danos morais que pede R$ 20 mil, além de retratação pública e a remoção de postagens sobre o caso.

Por meio de nota publicada na internet, a clínica Lyon afirma que respeita a liberdade de expressão, mas que “acusações injustas e pautadas tão somente no senso comum, sem qualquer realidade com a técnica científica, devem ser contidas, pois suas nocividades são aptas a gerarem consequências drásticas à continuidade dos serviços regulares do Hospital”. (Confira a íntegra da nota após o texto)

Maykeline diz que sente até hoje pela perda de Sasha, e que quando foi chamada pela clínica para ser comunicada da morte da cadela, precisou ser levada a um hospital particular. Ela relembra que após saber da morte, fez uma série de publicações para alertar seus seguidores para se certificarem da segurança dos procedimentos quando levarem seus pets.

“Isso dói até hoje em mim, porque eu levei ela saudável, era pra castrar, era pra mostrar pra vocês, era tudo simples, era tudo fácil. Mas, no lugar que era pra fazer vários exames, se certificar que a cachorra estava apta para a cirurgia, ela morreu. E foi uma fatalidade. E aí, porque eu vim aqui falar pra vocês que ela morreu, eu tô sendo processada, porque eu vim falar pra vocês que a Sasha morreu, que é pra vocês se certificarem quando forem levar o pet de vocês, a saúde do animalzinho de vocês, para que ocorra tudo bem”, diz.

Ela relembra ainda que, quando estava internada, recebendo remédios tranquilizantes, a clínica enviou um áudio à sua cunhada para que removesse as postagens dela falando sobre a morte de Sasha. Maykeline acrescenta ainda que não foi a única a falar sobre experiências ruins com a clínica, e que vários comentários surgiram após ela relatar o caso de Sasha.

“É pra eu me pronunciar e pedir desculpas? E a nota de pesar que foi publicada e trouxe vários relatos de experiências ruins? E os comentários foram sendo excluídos, e como foram muitos, desativaram os comentários? Anotaram os nomes de todo mundo que comentou pra processar? Agora, porque eu falei, eu podia vir aqui falar que deu certo, mas não podia vir aqui falar que não foi feito eletro na Sasha, que operaram a Sasha acima do peso, e que ela morreu? Eu tinha que ficar calada, agora porque eu abri minha boca, apareceram novos casos, apareceu um monte de gente falando”, argumenta.

Por fim, Maykeline reforça a afirmação de que apenas alertou os seguidores sobre a necessidade de cautela ao levar pets para procedimentos cirúrgicos, e que a clínica não fez todos os exames necessários em Sasha, apesar de dizer que fez.

“Vocês querem me processar? Me processem. Vocês querem 20 mil? Se eu tiver errada, eu vou pagar. Mas eu vou falar pra você que é pai de pet, mãe de pet, que tem esse animalzinho que dorme com você, que acorda com você, que é a sua alegria, que tem filho adolescente como eu, e não quer uma criança nova, mas tem um cachorrinho.

Eu vou falar para você, quando for levar, se certifique de todos os exames, se certifique que o profissional é responsável, se certifique que fizeram tudo pra quando chegar no dia da cirurgia, se acontecer uma fatalidade, você tem em mãos que tinha eletro, que tinha todos os exames, que tinha tudo e a fatalidade aconteceu, mas eu não tinha tudo, o hospital dizia que fez todos os exames, mas ele não fez”, finaliza.

Morte de Sasha


Sasha, de 1 ano e 10 meses, morreu durante procedimento de castração — Foto: Arquivo pessoal

Sasha tinha 1 ano e 10 meses quando morreu durante uma cirurgia de castração no dia 13 de maio, na clínica Lyon. Maykeline Maia, publicou uma série de vídeos em uma rede social nos quais relata que a cadela não apresentava problemas de saúde.

Ao g1, Maykeline informou que iria voltar ao hospital para buscar mais informações sobre o procedimento pelo qual Sasha passou. Ela dizia que aguardava o laudo das causas que levaram à morte do animal antes de buscar medidas judiciais.

"Antes de qualquer cirurgia é realizado um eletrocardiograma e o exame não foi realizado. O hospital sempre fala que as anestesias são inalatórias, que é a que o animal corre menos risco de vida, e parece que não foi usada. A gente está indo atrás do laudo da necropsia.", afirmou à época.

O hospital veterinário Lyon, responsável pelo procedimento, publicou uma nota lamentando o ocorrido e ressaltando que a cirurgia de castração, embora seja comum, possui riscos que podem variar de acordo com cada animal.

“Todos os exames pré-operatórios foram realizados para avaliar a condição de saúde da paciente e minimizar os riscos, porém, é importante lembrar que cada animal é único e pode apresentar diferentes reações aos procedimentos cirúrgicos, mesmo quando todos os cuidados são tomados para minimizar os riscos”, disse.

No site do hospital, uma página que informa sobre riscos envolvendo procedimento de anestesia afirma que "a probabilidade de um animal saudável morrer é mínima", e há uma lista de exames feitos antes de cirurgias.

Dessa lista, Maykeline destaca que os exames de eletrocardiograma e ecocardiograma não foram feitos, e nem foi informado o tipo de anestesia utilizado em Sasha.

"Não fizeram eco na Sasha, não fizeram eletro. Na autorização de risco cirúrgico assinada, eles deixaram em branco o tipo de anestesia", completa.

Nota de esclarecimento

"O Hospital Veterinário Lyon vem a público esclarecer que acredita e defende a liberdade de expressão, sustentando que tal direito deve se pautar sempre na razoabilidade e proporcionalidade. Acusações injustas e pautadas tão somente no senso comum, sem qualquer realidade com a técnica científica, devem ser combatidas, pois suas nocividades são aptas a gerarem consequências drásticas à continuidade dos serviços regulares do Hospital. Judicializar a situação foi tão somente um ato de defesa em prol dos nossos colaboradores, que dependem da empresa para alimentarem a si e seus familiares. É importante salientar que todas as orientações a respeito dos riscos cirúrgicos foram dadas e todos os termos de conscientização foram assinados. Além disso, um especialista, terceiro desinteressado, realizou perícia, sendo entregue o laudo de necrópsia e o corpo aos tutores da cadelinha. Frise-se, TODAS AS EXPLICAÇÕES E SOLICITAÇÕES FORAM ATENDIDAS E DISPONIBILIZADAS. Em contrapartida, sofremos acusações e ataques, mesmo estando sempre à disposição no que ela precisar. É importante salientar que o Hospital Veterinário Lyon atende situações de urgência e emergência, lidando muitas vezes com animais à beira da morte, em estado calamitoso. Ainda assim, o hospital sempre persegue, com todos os esforços possíveis, a manutenção da vida. Foi requerido ao Poder Judiciário o sigilo dos autos em respeito à cadelinha S., por razões de outros tratamentos que não podem ser expostos sem autorização de seus tutores. Por fim, sempre expressaremos nossas lamentações por essa triste perda, nos mantendo à disposição para quaisquer esclarecimentos."

Fonte: G1