Segundo período de transferência do ano marcou chegada de estrelas como James Rodríguez, Lucas Moura, nomes cobiçados como Matheus Pereira e Jean Lucas, além de avanço nos vizinhos sul-americanos
Um artilheiro de Copa do Mundo com passagens por Real Madrid e Bayern de Munique. Um nome consolidado no futebol europeu e decisivo em uma semifinal de Champions League. É impossível tecer qualquer análise sobre a janela de transferências do futebol brasileiro, encerrada na quarta-feira, sem partir dos dois grandes movimentos do São Paulo, que num intervalo de quatro dias anunciou o colombiano James Rodríguez e o retorno de Lucas Moura.
Em termos salariais e contratuais, o tricolor investiu alto (quase R$ 2 milhões) para contar com os dois atletas, que chegam como potenciais protagonistas do futebol brasileiro nos próximos meses, que tende a subir degraus competitivos.
No caso de Rodríguez, o São Paulo fez um movimento muito parecido com o de boa parte dos clubes do país. Mais poderosos financeiramente que os vizinhos, os times brasileiros viraram destinos de talentos do futebol da América do Sul.
No caso de Rodríguez, o São Paulo fez um movimento muito parecido com o de boa parte dos clubes do país. Mais poderosos financeiramente que os vizinhos, os times brasileiros viraram destinos de talentos do futebol da América do Sul.
Nos primeiros dias de janela, Matías Rojas e Enner Valencia já tinham sido oficializados por Corinthians e Internacional — que também evoluíram o nível de seus elencos: trouxeram nomes como o zagueiro Lucas Veríssimo, o volante Bruno Henrique e Rochet, goleiro da seleção uruguaia.
Lucas Veríssimo foi uma das contratações do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Corinthians
O mercado continental também foi palco das três contratações que fez o líder Botafogo, que buscou no Uruguai os atacantes Diego Hernández e Valentín Adamo e o lateral Mateo Ponte. Negociações que refletem uma nova mentalidade do clube, que vai atrás de destaques em países vizinhos antes mesmo deles aparecerem no cenário sul-americano. Foi assim, por exemplo, que encontrou Segovinha, xodó da equipe, ex-Guaraní-PAR.
Ainda no Rio, o Fluminense encorpou seu elenco com nomes conhecidos como o atacante Yony González, o meia Daniel e o zagueiro Marlon, além do meia uruguaio Leo Fernández. Diogo Barbosa também chegou para alternar na lateral-esquerda com Marcelo, nome eficiente a nível do futebol brasileiro.
A janela de transferências no RIo e no Brasil — Foto: Editoria de Arte
Quantidade e cifrões
Os rivais Flamengo e Vasco lideraram em investimento e quantidade, respectivamente: enquanto o rubro-negro trouxe o volante Allan, titular do Atlético-MG, também reforçou posições com opções de luxo como o atacante Luiz Araújo e o goleiro argentino Agustín Rossi. O arqueiro chegou a custo zero, mas a dupla Allan e Araújo custará cerca de R$ 91 milhões, totalizando as operações. Um esforço esperado para uma equipe que briga no topo do Brasileiro e ainda mira os títulos de Copa do Brasil e Libertadores.
Já o Vasco, em situação desesperadora na tabela — lanterna com apenas nove pontos —, aproveitou bem o mercado continental e fez contratações dos perfis mais diversos nessa janela. Sem contar Rossi, que acertou seu retorno ao clube ontem já fora da janela, como atleta livre de contrato, o cruz-maltino anunciou nada menos que oito reforços, de nomes experientes como os defensores Medel e Maicon, passando pelo jovem volante Praxedes e terminando em apostas de mercados alternativos como os atacantes Sebastián Ferreira e Serginho e o meia Paulinho, que agregam, mas não mudam, no papel, a competitividade do elenco comandado por Ramón Díaz.
O nome de mais peso, além do chileno Medel, foi o de Pablo Vegetti, argentino de 34 anos, ex-Belgrano, que chega com credenciais de artilheiro de sua liga, num investimento de cerca de R$ 5,4 milhões. Não deve ser o último a chegar ao clube, que já mirou Diego Costa e ataca em todas as frentes possíveis para reverter um possível novo rebaixamento.
Vasco pagou pouco mais que R$ 5 milhões por Vegetti — Foto: Reprodução/Instagram
— O Brasil é um mercado comprador em ascensão. Na América do Sul não tem um rival há muito tempo. E agora, com a chegada das SAFs, mais dinheiro passou a circular no mercado de transferências proveniente de clubes que antes não tinham capacidade de fazê-lo. Há uma tendência de continuidade deste movimento — explica Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo.
De uma dessas SAFs vem outro possível protagonista: o meia-atacante Matheus Pereira, cobiçado pelo futebol brasileiro e fisgado pelo Cruzeiro, que também aproveitou boa oportunidade com Arthur Gomes, mas focou em apostas como Paulo Vitor e o velho conhecido Lucas Silva. O Santos, outro que briga na segunda metade da tabela, fez boas apostas com João Basso e Dodô e teve a volta de Jean Lucas como a cereja do bolo.
Fonte: O GLOBO
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