A cúpula do Exército atuará para se distanciar ao máximo das revelações feitas pelo hacker Walter Delgatti envolvendo militares. A ordem é não sair em defesa de nenhum nome citado e tratar as condutas como individualizadas, ou seja, distantes da Força, ao menos nesta nova gestão. A determinação é que os citados que devem se explicar.
É consenso hoje entre integrantes do alto comando, que as Forças Armadas erraram ao entrar na fiscalização da urnas, papel que nunca pertenceu à instituição.
A conclusão é que o episódio proporcionou a instrumentalização da atuação dos militares e que não trouxe nada de novo, já que o relatório final não aponta fraude alguma no sistema eleitoral.
Para membros da caserna, o único caminho para resgatar a respeitabilidade das Forças Armadas é focar nas atividades constitucionais, como a proteção das fronteiras nacionais, e se afastar da política.
No seu depoimento, o hacker disse que foi cinco vezes ao Ministério da Defesa em 2022 e afirmou ter se reunido com o então chefe da pasta, o general da reserva Paulo Sérgio Nogueira. O militar, porém, disse a colegas da caserna que não teve o encontro com Delgatti e afirmou que a conversa aconteceu com um técnico. Procurado, Nogueira não quis responder o contato da coluna.
Integrantes da cúpula das Forças Armadas consideraram “um absurdo” o encontro do hacker Walter Delgatti com membros do Ministério da Defesa, para falar sobre urnas eletrônicas. O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu que teve uma conversa com o hacker e disse que o encaminhou para uma agenda na pasta.
Fonte: O GLOBO
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