Anunciado em outubro de 2020, treinador é segundo que mais conquistou títulos na história do clube
— Estou aqui por ganho. Me engolem porque eu ganho. O futebol, no fim, é resultado. Eu gosto de treinar e jogar para resultados. É o que me pedem e é o que eu quero. Jogo para ganhar. No final, somos todos reconhecidos em tudo. Eu sou mais longevo porque ganho — resumiu o treinador em abril, três dias depois de conquistar o Campeonato Paulista numa goleada por 4 a 0 sobre o Água Santa.
Foi seu segundo título estadual e o oitavo no total pelo alviverde, uma conta que o fez empatar com Vanderlei Luxemburgo na segunda colocação e se aproximar de Oswaldo Brandão (dez conquistas) como técnico mais vitorioso da história do clube.
A idolatria ao treinador, anunciado no dia 30 de outubro de 2020, é incalculável entre os torcedores, que o homenageiam de bandeiras a tatuagens. Não é em qualquer geração que se presencia um treinador bicampeão da Libertadores em seu clube. Para Luiz Felipe Scolari, outro ídolo do alviverde, é “o maior treinador do clube em todas as épocas”.
A construção e reconstrução de um grupo de jogadores intenso, entrosado e capaz de reagir e se adaptar a qualquer adversário é a principal marca de seu trabalho, que o cotou a ser técnico da seleção brasileira.
Temperamento forte
Fora de campo, o técnico notabilizou o slogan “cabeça fria e coração quente”, que se traduz num estilo combativo, de personalidade forte. Uma permanente vontade de lutar contra o conceito de um adversário que estaria sempre no encalço do Palmeiras. Energia que vai do banco de reservas às arquibancadas e ao campo.
O estilo acabou produzindo episódios polêmicos: chute em microfone, momentos ríspidos em coletivas — incluindo o episódio em que tomou o telefone da mão de um jornalista — e expulsões muitas vezes afetam a avaliação do seu trabalho. Mas quem convive com o treinador depõe a favor de seu temperamento. Ao GLOBO, Dudu descreveu Abel como muito respeitoso com os atletas.
Entre episódios de idolatria, polêmicas e muitos títulos, ele alcança um panteão raro: Muricy Ramalho (1.264 dias no São Paulo), Tite (1.148 no Corinthians), Mano Menezes (1.107 no Cruzeiro) e Renato Gaúcho (1.670 no Grêmio, último a atingir o feito), ultrapassaram os mil dias de trabalho no futebol brasileiro em anos recentes.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
0 Comentários