Com coordenação da FAB, operações contam equipes na terra e no ar, além de drones e filtros infravermelhos; clima e mata fechada são desafios

Retomadas nesta quarta-feira, as buscas pelo avião monomotor que desapareceu ao sobrevoar a Serra do Mar no Paraná contam com cinco aeronaves, drones e equipes em terra do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do estado. A ação, coordenada pela Força Aérea Brasileira (FAB), enfrenta desafios como a dificuldade de visualização provocada pelo tempo nublado na região e a vegetação densa do território de Mata Atlântica.

— No momento do incidente, por volta das 10h14, o tempo estava bastante fechado. Havia uma nebulosidade densa e que permanece até hoje. O que também é um fator de dificuldade para as operações aéreas naquele ambiente — explicou o major Fabrício Frazatto dos Santos, em coletiva de imprensa nesta terça-feira.

Como estão as buscas por avião desaparecido no Paraná?

São empregadas pelas equipes de busca um helicóptero Black Hawk e um avião pelicano do Salvaero (FAB), um helicóptero da Casa Militar do Governo do Paraná e dois helicópteros do Batalhão da Polícia Militar de Operações Aéreas. As aeronaves da PM são equipadas com filtros infravermelhos, que, segundo a corporação, são capazes de detectar calor em corpos humanos.

Inicialmente, as buscas ficaram concentradas entre os municípios de Guaratuba e Morretes. Ainda segundo o major, a tendência é que, com o avançar dos dias, a área de trabalho aumente. Contudo, as operações no ponto no qual a aeronave foi avistada pela última vez não foram encerradas:

— Temos que ter certeza que o objeto procurado não esteja lá — explica o bombeiro, antes de indicar que novas pistas também são avaliadas pelas equipes — Começam a chegar alguma informações, apontando que a aeronave teria mudado de rumo e ido para o Sul e não para o Norte, buscando uma área de maior visibilidade. Então, existem algumas possibilidade que vamos trabalhando.

Segundo o Governo do Paraná, será montado nesta quarta-feira um Posto de Comando próximo a região de Limeira. Drones serão empregados pelas equipes de busca para tentar contornar as dificuldades impostas pela neblina e mata densa da região.

Nesta terça-feira, as equipes no solo percorreram a Estrada do Limeira, na Serra da Prata, e pontos próximos, mas nada foi encontrado. Moradores da região foram questionados pelos bombeiros e policiais militares, segundo o major Fabrício Frazatto dos Santos:

— É um ambiente extremamente dificultoso, de alta amplitude, mata densa e difícil acesso. Começamos a questionar moradores a respeito de informações que pudessem alimentar a nossa busca. Alguns moradores relataram terem ouvido um estrondo não característico daquele ambiente, que pode ser de uma colisão de um objeto grande, como uma possível aeronave — disse o comandante dos Bombeiros.

O que se sabe sobre o desaparecimento de avião no Paraná

Na manhã desta segunda-feira, o avião modelo Piper Arrow PA-28R-200 partiu do Aeroporto de Umuarama com destino a Paranaguá, mas sumiu dos radares ao sobrevoar a Serra do Mar. Além do piloto Jonas Borges Julião, a aeronave levava dois passageiros, ambos servidores públicos do estado do Paraná.

Pelo Instagram, a mulher do piloto pediu que as pessoas parassem de divulgar informações falsas e pediu orações. "Oremos. E chega de ficarem com mensagens falsas em grupos. Isso não tem graça. Mas Deus é maior, e meu piloto vai estar bem", escreveu Maria Alice Oliveira Julião.

Quem são os passageiros de avião desaparecido no Paraná?

Os dois servidores foram identificados como Heitor Genowei Junior, superintendente do Viaje Paraná, divisão da Secretaria de Estado do Turismo, e Felipe Furquim, assessor da Casa Civil na região noroeste. Antes, ele comandava o escritório regional do Instituto Água e Terra, em Umuarama.

Heitor Genowei Júnior é empresário e dono de um posto de combustível em Umuarama, no noroeste do Paraná. Felipe Furquim já foi diretor do Instituto Água e Terra (IAT) em Umuarama, entre 2019 e 2022, e diretor-geral da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) em 2022, mas agora é assessor da Casa Civil.


Fonte: O GLOBO