Tramitação de medidas provisórias ocorreu de forma rápida e simples no Senado, após dificuldades na Câmara

Ontem foi um dia de bonança no Congresso, após a tempestade de quarta-feira, quando o governo ficou entre o ruim, o esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente, e o pior, que seria o risco da MP da reestruturação dos ministérios caducar.

Parecia o fim do mundo, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, vocalizando o tom das discussões políticas ao colocar na mesa a possibilidade de a medida provisória nem ser votada. Acabou aprovada mas apenas no último momento.

Nesta quinta tudo foi diferente, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como que dizendo: está tudo bem, deixa com a gente. Aliás deu declarações durante o dia sempre em tom sereno.

Aprovou a MP da reestruturação sem mudanças, para não voltar para a Câmara, e fizeram de propósito uma votação fácil, simples.

Ainda aprovaram o projeto do presidente Lula de igualdade salarial de mulheres, que já havia passado pela Câmara, e até parlamentares conservadoras, da direita, como Damares Alves, estavam lá defendendo o texto. Curioso é que o ex-presidente Jair Bolsonaro dizia que mulher tem que ganhar menos porque engravida e ela era ministra da Mulher e Direitos Humanos daquele governo.

A MP do Bolsa Família, que ia perder a validade, também foi aprovada sem nenhuma mudança, e pode ir para sanção de forma a reestruturar a política mais importante do governo do PT e que foi desorganizada durante o governo Bolsonaro.

Também foi aprovada em comissão a MP do Minha Casa, Minha Vida, para restabelecer a política habitacional.

Foi um dia tranquilo, calmo, de ressaca do dia de fúria da véspera, mas não significa que não haverá outras tempestades pela frente. A relação do Congresso com o Legislativo ainda não está pacificada. Lula terá que lutar para formar maiorias a cada matéria e há muitas nos próximos meses.


Fonte: O GLOBO