Instituto de tecnologia concede bolsas a metade dos alunos

O Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), faculdade sem fins lucrativos criada a partir de um cheque de R$ 200 milhões do banqueiro André Esteves, já atraiu pelo menos R$ 85 milhões em doações de mais de 40 empresários. Os esforços de captação fazem parte do plano de atingir sustentabilidade financeira até 2025.

Criado nos moldes dos institutos de tecnologia de Massachusetts e da Califórnia, o Intel abriu as portas no ano passado. O campus fica no Butantã, ao lado da Universidade de São Paulo (USP), e as graduações são quatro: engenharia da computação, engenharia de software, ciência da computação e sistemas da informação.

Cerca de 400 alunos já estão estudando — alguns deles, aliás, foram vistos no noticiário no ano passado, ao serem levados por Esteves para conhecer Elon Musk em sua visita ao Brasil.

Com mensalidades de R$ 5,9 mil, a necessidade de doações está ligada ao plano de que metade dos alunos seja bolsista. As bolsas vão de 25% da mensalidade até 100%, mais ajuda de custo, moradia e equipamentos de estudo. A necessidade de bolsa por cada aluno é avaliada ao fim do processo seletivo.

— Começamos a captar em 2021, depois do cheque do Esteves. Aí fomos passar o chapéu. Nosso modelo é do tipo “adote um aluno”. Cada doador sabe quem é o estudante que está apoiando, podendo conhecê-lo, acompanhá-lo e mentorá-lo — conta à coluna Maíra Habimorad, CEO do Instituto após 18 anos na Cia de Talentos, que comandou.

O Inteli criou uma modalidade de doação para “vaga perpétua” — um cheque capaz de manter permanentemente uma vaga na instituição. O valor é de pouco menos de R$ 2 milhões. Já doaram nessa modalidade Bruno Coutinho e Luis Moura, sócios-fundadores da gestora carioca Mar Asset.

Entre os doadores do Inteli estão companhias como Gerdau e MRV&CO (que inclui a construtora, seu instituto e outras empresas do grupo) e a Fundação Behring, criada pelo sócio da 3G Capital Alexandre Behring.

Na lista também estão empresários e executivos, como Eduardo Brenner (um dos fundadores da antiga Hedging-Griffo), Marco Kheirallah (sócio-diretor da SIP Capital) e Bruno Serapião (CEO da Atvos), além de sócios do BTG Pactual, como Guilherme Paes (irmão do prefeito do Rio, aliás), José Vita e Iuri Rapoport.

O CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, e sua esposa, Juliana Sallouti, também estão entre os principais doadores.


Fonte: O GLOBO