Gabriela Araújo, de 26 anos, não é vista desde a noite de 17 de abril, quando disse que visitaria uma conhecida

O sonho da jovem Gabriela Araújo, de 26 anos, é ser professora de inglês, segundo sua amiga de infância Gabrielly Oliveira, de 25. Na noite do último dia 17 de abril, Gabriela disse a familiares e amigos que visitaria uma conhecida na cidade de Novo Gama, em Goiás. 

Moradora do Gama, no Distrito Federal, a cerca de 15 minutos da cidade aonde iria, a jovem parou de responder mensagens por volta da meia-noite, e nunca mais foi vista.

Desde então, as pessoas mais próximas de Gabriela, uma mulher transexual, vivem a angústia e o sofrimento de não saber o que exatamente aconteceu. A amiga de infância conta que a jovem nunca ficou por mais de dois dias sem dar notícias.

— Ela nunca foi de ficar mais de dois dias sem dar notícias, mesmo se ela tivesse em algum lugar longe. Sempre estava se comunicando com a gente. Para ela, todo mundo era amigo. A gente fica na angústia porque não sabe se tá viva, se tá morta, se estão fazendo mal. 

Ela era garota de programa por infelizmente não ter outras oportunidades, mas chegou a iniciar uma faculdade de Letras/Inglês no ano passado. O sonho dela é ser professora — diz a amiga.

Elas conversaram até minutos antes do sumiço, quando Gabriela avisou à mãe que passava por um local “deserto”, e que a pessoa com a qual estava pediu que ela desligasse o celular “para não ser assaltada”.

— Ela falou que estava no Novo Gama, um lugar super perigoso. Disse que lá estava escuro demais, que era uma rua muito deserta, e que a pessoa que estava com ela pediu para desligar o celular. Deu meia-noite, a gente foi tentar pedir Uber para ela voltar e já não conseguiu mais, porque não conseguia mais contato com ela. A gente ligou, mandou mensagem, e ficam só as especulações — conta Gabrielly.

De lá para cá, muitas informações chegaram até a família. Uma delas afirmava que Gabriela estava sendo refém, sob efeito de drogas. Outra pessoa entrou em contato com a família e disse que a jovem havia sido espancada até a morte e enterrada na beira de um córrego.

A partir dessa última informação, a Polícia Civil decidiu checar o córrego citado com a presença de cães farejadores e agentes do Corpo de Bombeiros e do Instituto Médico Legal (IML). No entanto, nada foi encontrado.

Também chegou à polícia a informação de que Gabriela poderia ter sido vítima de transfobia após marcar encontro com um homem na região onde desapareceu. Ela teria ido até o local marcado sem falar sobre a transexualidade. Lá, o homem teria percebido que ela é uma mulher transgênero, e, por conta disso, a espancado e assassinado. O boato, no entanto, não foi confirmado pelos policiais.

Em nota, a Polícia Civil disse que “foram feitas diligências, mas até o momento, a desaparecida não foi localizada”.


Fonte: O GLOBO