Adenilton Nicolau Musgo fez sua inscrição usando o sistema de cota racial e, para ter esse direito, ele precisaria ter concluído o ensino médio em escola pública, o que não aconteceu

Após a repercussão do vídeo de um pedreiro de 47 anos que descobriu que passou na faculdade mas que teve sua inscrição "barrada", a cantora Lexa se solidarizou e disse que quer pagar seus estudos. Ela deixou um comentário no vídeo em que Adenilton Nicolau Musgo conta que não poderá dar continuidade ao curso Filosofia na Universidade Federal de Goiás (UFG). 

Nas imagens ele explica que ingressou na faculdade pela cota racial, mas um dos quesitos para ocupar a vaga é ter o ensino médio feito em escola pública, o que não aconteceu. "É gente, não deu certo... "

"Oi, você pode olhar seu direct pfvr? Estou disposta a pagar seus estudos.", escreveu o perfil oficial de Lexa.
Cantora Lexa responde post de pedreiro que foi barrado de ingressar na Universidade em Góias — Foto: Reprodução Instagram
Cantora Lexa responde post de pedreiro que foi barrado de ingressar na Universidade em Góias — Foto: Reprodução Instagram

— Quando fizemos a inscrição, minha filha usou o sistema de cota racial utilizando a minha nota no Enem. Eu fui aprovado, mas para usar a cota você precisa vir de um ensino médio público. Como fazer o estudo sempre foi algo difícil para mim, eu decidi fazer o EJA (Educação de Jovens e Adultos). 

Eu comecei fazendo em escola pública, mas terminei em escola particular, porque seria mais rápido. Quando fui apresentar meu diploma, fui barrado por esse item ao qual a gente não tinha se atentado. Estou bastante triste — explicou o pedreiro.

Na última terça-feira, o vídeo de Adenilton viralizou após a filha dele dar a notícia da aprovação e mostrar a reação do pai. Ao site BHAZ, Sara contou que o pai sempre teve vontade de estudar, mas nunca teve oportunidade.


O pedreiro disse que o sentimento é de tristeza, mas que não pretende desistir. Além disso, ele afirma que irá procurar uma faculdade particular.

— Meu sonho não morre aqui, não vou desistir. Vou procurar uma faculdade particular mesmo e vou terminar este curso, se Deus quiser. Obrigado a todo mundo que me parabenizou —afirmou.

O que diz a UFG

Segundo a instituição de ensino, "o ingresso por cotas na UFG é regulamentado pela Lei n.12.711/12, alterada pela Lei n.13.409/16, conhecida como Lei de Reserva de Vagas, e ainda pela Resolução CONSUNI/UFG n. 20/2010, alterada pela Resolução CONSUNI/UFG n. 031/2012, que trata do Programa UFGInclui."

"A Lei de Reserva de Vagas é a que garante 50% das matrículas por curso e turno nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia a estudantes oriundos integralmente do Ensino Médio (1º, 2º e 3º Anos e nos Instituto Federais, 4 º ano) público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Os demais 50% das vagas são destinadas para Ampla Concorrência."


Fonte: O GLOBO