Psiquiatras de Jeanne Paolini e Kátyna Baía afirma que casal tem feito uso de medicamentos desde que voltaram ao Brasil

As brasileiras Jeanne Paolini, de 40 anos, e Kátyna Baía, de 44, têm sofrido com sintomas de ansiedade e problemas para dormir desde que deixaram o presídio na Alemanha, no dia 11 de abril. O casal foi preso injustamente em março, na cidade de Frankfurt, sob a acusação de tráfico de drogas. 

Quase três semanas após voltarem para o Brasil, elas ainda se recuperam do trauma vivido dentro da cadeia, depois de terem as malas trocadas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

De acordo com os médicos das duas, Jeanne e Kátyna estão tomando remédios para atenuar os efeitos dos traumas psicológicos gerados pela prisão. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o psiquiatra Sávio Teixeira, que acompanha Jeanne desde que ela ainda estava no país europeu, relatou sinais de estresse agudo motivado pelo episódio em terras alemãs.

Segundo Teixeira, a goiana nunca havia efeito uso de antidepressivos até então. Hoje em dia, ela toma o medicamento, prescrito por ele em doses baixas para melhor a ansiedade. — Ela estava muito ansiosa, não conseguia dormir à noite, acordava assustada, não estava querendo socializar — afirmou o especialista.

— Não há nenhum transtorno psiquiátrico propriamente dito instalado, mas ela está nesse estado de trauma psicológico, em estado de vigília o tempo todo. Agora que ela está começando a se acalmar, como se fosse uma readaptação à vida em liberdade — complementou Sávio.

Já a médica de Kátyna, Isabella Paes, conta que a paciente está em acompanhamento desde 2019 e fazia uso de ansiolíticos. — Ela vinha realizando o que a gente chama de tratamento de manutenção. Ela já teve episódios de síndrome do pânico no passado, mas estava assintomática e sem crises havia dois anos — explicou. — Após a ocorrência, ela teve reativação dos sintomas — acrescentou Paes.

Relembre o caso

Kátyna é personal trainner e Jeanne, médica veterinária. Elas são naturais de Goiás e tinham viajado de férias para a Europa. No Aeroporto de Guarulhos, na cidade de São Paulo, as malas teriam sido trocadas, de acordo com gravações obtidas pela investigação da Polícia Federal. A bagagem do casal foi substituída por malas com 40 quilos de cocaína.

As duas foram presas quando desembarcaram em Frankfurt, antes mesmo de chegarem à esteira para pegar as bagagens. Até agora, as originais ainda não foram localizadas. As filmagens que mostram a troca da bagagem já levaram à prisão de seis pessoas. Duas mulheres que a Polícia Federal identifica como "passageiras fake" estão sendo procuradas. Câmeras mostram duas mulheres chegando ao balcão da companhia aérea e embarcando as malas com a droga, que posteriormente substituíram a bagagem das passageiras.

A família do casal alegou que advogados vão entrar com ação de pedido de indenização por conta do equívoco. Kátyna e Jeanne foram presas em 5 de março e passaram vários dias em celas individuais separadas, com restrições alimentares e e dificuldade de comunicação com os familiares. As duas perderam muito peso e, no momento, se recuperando do estresse vivido, sob observação médica.


Fonte: O GLOBO