Mais de 50 mil pessoas morreram, quase dois milhões tiveram de abandonar suas casas e estima-se que o desastre tenha custado à Turquia cerca de R$ 180 bilhões

O terremoto de 7,8 de magnitude que atingiu a Turquia e a Síria há um mês entrou para a lista dos cinco tremores mais mortais da História, com 50 mil mortos e 9 milhões de pessoas afetadas. Quatro semanas depois, os números são impressionantes. 

Quase dois milhões de pessoas tiveram de abandonar suas casas, mais de mais de 11 mil tremores secundários foram registrados e estima-se que o tremor tenha custado à Turquia US$ 34,2 bilhões (R$ 180 bi) em danos físicos diretos, o equivalente a 4% do PIB do país em 2021.

Desabrigados

Ao todo, quase dois milhões de pessoas tiveram de abandonar suas casas, demolidas ou danificadas pelos tremores, e vivem atualmente em tendas, casas pré-fabricadas, hotéis, abrigos e diversas instituições públicas, de acordo com o último boletim do Ministério do Interior.

Tendas foram colocadas em 332 pontos do país, em 11 províncias. Um mês depois do desastre, as instalações de contêineres continuam de pé em 10 províncias em 162 pontos do país, segundo a Presidência de Gerenciamento de Emergências e Desastres do Ministério do Interior (AFAD, na sigla em inglês).

Buscas

No total, 234 mil pessoas participam das equipes de busca e salvamento, formada por turcos e estrangeiros, incluindo 3.768 voluntários. 38 governadores e mais de 160 autoridades locais e 68 provinciais estiveram nas áreas atingidas pelo desastre e 38 navios, das Forças Navais e da Guarda Costeira, foram usados para levar pessoal e material de ajuda aos locais.

Ajuda psicológica

Foram construídos quatro centros de ajuda psicológica nas províncias de Kahramanmaras, Hatay, Osmaniye e Malatya. Mais de um milhão de pessoas receberam apoio: 691.388 na zona do terremoto e 333.903 fora das áreas mais atingidas.

Tremores secundários

A Turquia é uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Um tremor na região de Duzce, no Norte do país, em 1999, causou mais de 17 mil mortes. Dessa vez, o terremoto ocorreu no outro extremo do país, uma região que não sofria um terremoto de magnitude superior a 7 há mais de 200 anos.

Nas últimas quatro semanas, foram mais de 11 mil tremores secundários e a terra chegou a tremer, em média, a cada quatro minutos. O Ministério do Planejamento Urbano inspecionou 1,3 milhão de edifícios, totalizando mais de meio milhão de casas e escritórios, e relatou que 173 mil propriedades ruíram ou estão tão seriamente danificadas que precisam ser demolidas imediatamente.

Reconstrução

A construção de 200 mil novas casas começará este mês, de acordo com autoridades turcas — o presidente Recep Tayyip Erdogan prometeu a reconstrução em um ano. Críticos, no entanto, alertam que erguer prédios tão rapidamente pode fazer com que a segurança sísmica dos edifícios seja negligenciada novamente.

Estima-se que o terremoto de 6 de fevereiro tenha custado à Turquia cerca de US$ 34,2 bilhões (R$ 180 bi). O prefeito de Istambul, por sua vez, diz ser necessário até US$ 40 bilhões (R$ 215 bi) para se preparar para possível novo grande tremor.


Fonte: O GLOBO