Dono do veículo está cobrando R$ 2 mil do motorista pelos prejuízos. Até agora, ele já recebeu R$ 1 mil de doações

Um motorista de Uber teve o carro baleado e incendiado durante a onda de ataques no Rio Grande do Norte. Ele estava com o veículo há apenas três dias.

Morador de Parnamirim, Robert Ambrósio, de 25 anos, estava dormindo quando ouviu barulhos de tiro. Ele havia chegado em casa do trabalho por volta de 1h da manhã e estava descansando para sair novamente às 2h em uma corrida já agendada.

As imagens da câmera de segurança mostram que, à 1h28, cinco criminosos chegaram na rua de Robert. Eles atiraram no veículo, jogaram um líquido e logo depois atearam fogo. O caso aconteceu na madrugada de segunda para terça-feira, primeiro dia de ataques no estado.

— Tinha três dias que aluguei esse carro para trabalhar como motorista de aplicativo — conta Robert. — Creio que o alvo deles era a garagem de transporte urbano do outro lado da rua. Aproveitaram que meu carro estava lá na frente da garagem e tacaram fogo. Acordei assustado com os barulhos de tiro e, quando abri a janela, vi o carro pegando fogo.

Durante as três últimas madrugadas, houve registro de ataques a órgãos públicos, bases da polícia e comércios em Natal e outras 27 cidades O ataque é orquestrado por uma facção criminosa que dá ordens de dentro da cadeia.

Além do reforço no efetivo nas ruas, uma Força Tarefa de Intervenção Penitenciária foi anunciada para tentar intervir e controlar a situação dentro das cadeias. Até a noite desta quinta-feira, 68 pessoas foram presas e um adolescente apreendido.

O carro destruído tinha sido comprado há apenas três dias também, o mesmo dia em que ele foi alugado por Robert, e ainda não tinha sido seguro. Agora, o dono do veículo está cobrando R$ 2 mil do motorista pelos prejuízos. Até agora, ele já recebeu R$ 1 mil de doações (quem quiser ajudar, pode doar pelo pix de Robert, odailsonrobert97@gmail.com).

— Por enquanto, ainda está muito tenso. Mas quando tudo se acalmar vou procurar outro carro para trabalhar. É daí que tiro meu sustento — diz Robert.


Fonte: O GLOBO