Paralisação está no segundo dia e afeta a circulação das linhas Azul, Vermelha, Verde e Prata

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo orientou, na manhã desta sexta-feira, a categoria a votar a favor da proposrta recebebida pelo Metrô horas antes. A votação dos funcionários deve acabar às 9h30 e pode encerrar a greve iniciada na quinta-feira.

— Encaminhei aceitar a proposta do Metrô, mas a assembleia é soberana e a categoria está bastante ofendida pela condução do governo neste processo. A proposta é muito abaixo das reivindicações — disse ao GLOBO a presidente do sindicato, Camila Lisboa.

A paralisação afeta parcialmente as operações das linhas Azul, Verde e Vermelha, e totalmente a da linha Prata (monotrilho) do Metrô paulista. Seguem circulando normalmente os trens das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, ambas operadas por concessionárias privadas, bem como as linhas da CPTM. O Metrô iniciou, às 6h45 de sexta, um plano de contingência para manter a operação parcial do sistema.

Nesta madrugada, o Metrô apresentou uma proposta aos grevistas para tentar encerrar a greve e o retorno de 100% dos funcionários ao trabalho. A oferta inclui o pagamento em abril de abono salarial no valor de R$ 2 mil por funcionário e a instituição de Programa de Participação nos Resultados de 2023, a ser pago em 2024.

Os metroviários reivindicam o pagamento de um abono que compense o não pagamento da participação nos resultados nos anos de 2020, 2021 e 2022, além da realização de um concurso público para a contratação de servidores. Até então, o Metrô havia negado fazer concessões nos dois pontos.

Na tarde desta quinta-feira, em audiência conduzida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), o representante do Ministério Público do Trabalho (MPT) formulou uma proposta de pagamento de pagamento de R$ 7.500 de abono por metroviário (R$ 2.500 por ano, de 2020 a 2022). Em assembleia realizada na noite de quinta, a categoria a aceitou, mas a greve foi mantida porque o Metrô recusou a proposta.

De acordo com a ata da audiência, o representante do Metrô afirmou "que seu único pedido é que o Sindicato restabeleça as atividades, mas que não possui autorização para qualquer negociação", apesar de exortação da juíza Eliane Aparecida da Silva Pedroso e do MPT para que houvesse diálogo.


Fonte: O GLOBO