
Uma das principais máximas do futebol, de que em time que está ganhando, não se mexe, às vezes esbarra em barreiras legais ou estatutárias para se concretizar na prática. A lei do Profut estabelece que um presidente de clube só pode se reeleger uma vez e correntes políticas do Flamengo, de olho na ampliação da gestão de Rodolfo Landim, conversam sobre uma mudança estatutária no rubro-negro.
Os resultados do Flamengo em campo desde que ele assumiu a presidência referendam a tentativa de manobra - o time foi bicampeão da Libertadores, bicampeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil, entre outros títulos nos últimos quatro anos.
A intenção é mexer no estatuto do clube e aumentar de três para quatro anos, o tempo de mandato dos presidentes rubro-negros. Landim, cuja gestão termina no fim de 2024, poderia seguir até 2025 na cadeira.
Questionada por agentes políticos importantes do Flamengo - que alegam que qualquer mudança estatutária referente à duração de mandato de presidente só deve começar a valer a partir da eleição seguinte -, o expediente é conhecido no futebol brasileiro, incluindo em grandes clubes.
Questionada por agentes políticos importantes do Flamengo - que alegam que qualquer mudança estatutária referente à duração de mandato de presidente só deve começar a valer a partir da eleição seguinte -, o expediente é conhecido no futebol brasileiro, incluindo em grandes clubes.
Dirigentes aproveitam a avaliação positiva da gestão por torcedores e o contexto político favorável para mudar a regra com o jogo em andamento. Três casos notórios ocorreram nos bastidores de São Paulo, Grêmio e Palmeiras.
Juvenal Juvêncio e Julio Casares
Em fevereiro de 2011, o Conselho Deliberativo do São Paulo votou pela aprovação de mudança no estatuto do clube. O objetivo era permitir que Juvenal Juvêncio, em seu segundo mandato seguido como presidente do Tricolor do Morumbi, pudesse concorrer a uma terceira gestão.
O São Paulo vinha de fase muito boa em campo, com a conquista de três títulos brasileiros consecutivos sob a gestão de Juvenal. Muito forte politicamente, apenas 14 dos 158 conselheiros que participaram da sessão votaram contra.
Juvenal seguiu presidente do São Paulo de 2006 até 2014. O último título nacional do tricolor foi o Brasileiro de 2008. Internacionalmente, a última taça conquistada foi a Sul-Americana de 2012.
- Foi uma artimanha jurídica e essa continuidade não foi boa para o clube - lembra Marco Aurélio Cunha, ex-dirigente e conselheiro do São Paulo. - As justificativas são sempre as mesmas, "vou completar o que eu fiz", "não deu tempo de fazer tudo".
Em 2021, foi a vez de Julio Casares fazer a manobra. O presidente tentou passar uma ampla reforma estatutária, que prorrogava os mandatos dele e dos conselheiros do clube, alteração que não foi aprovada quando os sócios foram votar.
Não satisfeito, ele insistiu na ideia de mudar o estatuto para ficar mais tempo no poder, levando à votação proposta para implementar um mandato de reeleição. Às vésperas da final da Sul-Americana, conseguiu o resultado que permitirá o dirigente tentar mais três anos à frente do São Paulo.
Romildo Bolzan
O episódio no São Paulo aconteceu antes da Lei do Profut ser sancionada - ela é de 2015. Em 2019, o Grêmio, que já havia reeleito Romildo Bolzan presidente, conseguiu emplacar um terceiro mandato consecutivo. Campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, o esforço parecia fazer todo sentido.
Os políticos do Grêmio realizaram mudança estatutária, permitindo uma segunda reeleição, e ainda por cima encontraram brecha na Lei do Profut para evitar problemas com o Governo Federal.
Juvenal Juvêncio e Julio Casares
Em fevereiro de 2011, o Conselho Deliberativo do São Paulo votou pela aprovação de mudança no estatuto do clube. O objetivo era permitir que Juvenal Juvêncio, em seu segundo mandato seguido como presidente do Tricolor do Morumbi, pudesse concorrer a uma terceira gestão.
O São Paulo vinha de fase muito boa em campo, com a conquista de três títulos brasileiros consecutivos sob a gestão de Juvenal. Muito forte politicamente, apenas 14 dos 158 conselheiros que participaram da sessão votaram contra.
Juvenal seguiu presidente do São Paulo de 2006 até 2014. O último título nacional do tricolor foi o Brasileiro de 2008. Internacionalmente, a última taça conquistada foi a Sul-Americana de 2012.
- Foi uma artimanha jurídica e essa continuidade não foi boa para o clube - lembra Marco Aurélio Cunha, ex-dirigente e conselheiro do São Paulo. - As justificativas são sempre as mesmas, "vou completar o que eu fiz", "não deu tempo de fazer tudo".
Em 2021, foi a vez de Julio Casares fazer a manobra. O presidente tentou passar uma ampla reforma estatutária, que prorrogava os mandatos dele e dos conselheiros do clube, alteração que não foi aprovada quando os sócios foram votar.
Não satisfeito, ele insistiu na ideia de mudar o estatuto para ficar mais tempo no poder, levando à votação proposta para implementar um mandato de reeleição. Às vésperas da final da Sul-Americana, conseguiu o resultado que permitirá o dirigente tentar mais três anos à frente do São Paulo.
Romildo Bolzan
O episódio no São Paulo aconteceu antes da Lei do Profut ser sancionada - ela é de 2015. Em 2019, o Grêmio, que já havia reeleito Romildo Bolzan presidente, conseguiu emplacar um terceiro mandato consecutivo. Campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, o esforço parecia fazer todo sentido.
Os políticos do Grêmio realizaram mudança estatutária, permitindo uma segunda reeleição, e ainda por cima encontraram brecha na Lei do Profut para evitar problemas com o Governo Federal.
Como o texto diz que um presidente pode ter mandato de até quatro anos, com direito a uma reeleição, os gaúchos somaram os dois anos que Bolzan teve no primeiro mandato, os três do segundo (já tinham mudado o estatuto quanto à duração do mandato de presidente) e concluíram que não haveria problema mais um mandato, uma vez que a soma de tempo seguido no poder seria de oito anos, a mesma que estabelece a lei.
Romildo Bolzan presidiu o Grêmio de 2015 a 2022, amargando no fim de sua era um rebaixamento para a Série B, em 2021.
Maurício Galiotte
Mais recentemente, houve o caso do Palmeiras. Em 2018, o grupo político de Maurício Galiotte conseguiu mexer no estatuto alviverde para fazer com que o presidente tivesse três anos de mandato e não dois, como dizia o texto estatutário anterior. Houve oposição, mas o peso do bom momento vivido pelo clube falou mais alto.
Os opositores alegaram que a mexida deveria valer somente para o próximo presidente eleito. Não foi o que aconteceu e quem mais se beneficiou disso foi Leila Pereira, então conselheira do Palmeiras e dona da Crefisa, principal patrocinadora do clube.
Com o aumento do mandato de Galiotte, ela pode se candidatar à presidência do Palmeiras em 2021. Do contrário, teria de esperar até 2022.
Fonte: O GLOBO
Romildo Bolzan presidiu o Grêmio de 2015 a 2022, amargando no fim de sua era um rebaixamento para a Série B, em 2021.
Maurício Galiotte
Mais recentemente, houve o caso do Palmeiras. Em 2018, o grupo político de Maurício Galiotte conseguiu mexer no estatuto alviverde para fazer com que o presidente tivesse três anos de mandato e não dois, como dizia o texto estatutário anterior. Houve oposição, mas o peso do bom momento vivido pelo clube falou mais alto.
Os opositores alegaram que a mexida deveria valer somente para o próximo presidente eleito. Não foi o que aconteceu e quem mais se beneficiou disso foi Leila Pereira, então conselheira do Palmeiras e dona da Crefisa, principal patrocinadora do clube.
Com o aumento do mandato de Galiotte, ela pode se candidatar à presidência do Palmeiras em 2021. Do contrário, teria de esperar até 2022.
Fonte: O GLOBO
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