Brasil disputará com países europeus e África do Sul; anúncio será em maio do ano que vem

O anúncio do governo federal de uma estratégia nacional para o futebol feminino no dia em que recebeu a taça da Copa do Mundo de 2023, a ser disputada na Austrália e na Nova Zelândia, com a presença de representantes da Fifa é um recado bem claro de que o país vai entrar forte na disputa para sediar o Mundial de 2027 — o vencedor será anunciado pela Fifa em maio do ano que vem.

No início do mês, a ministra do esporte, Ana Moser, já havia anunciado a candidatura do Brasil — a intenção de sediar o Mundial deve ser comunicada oficialmente à Fifa até 21 de abril. Desde então, medidas tomadas pelo governo e pela CBF mostram que, desta vez, o país não deve desistir no meio do caminho. O Brasil já havia sido candidato para ser sede da Copa do Mundo de 2023.

Além do plano de ações que será elaborado e implementado até 2025 para o fomento da modalidade no país de uma forma mais estruturada, a CBF já havia anunciado algumas medidas para fortalecer o futebol feminino. A entidade vai patrocinar mais estaduais pelo país; criará, de maneira escalonada, a obrigatoriedade de que todos os times das séries B, C e D tenham uma equipe feminina; e regulamentou os times mistos em escolas, categorias de base e campeonatos amadores — ou seja, meninas poderão jogar nas equipes masculinas.

Pontos favoráveis

Experiência: O Brasil já sediou grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Estádios: Como legado da Copa do Mundo de 2014, o país tem 12 estádios com padrão Fifa.

Infraestrutura: O setor aéreo e hoteleiro está preparado para receber grandes eventos.

Globalização: Em 9 edições do Mundial feminino, nenhum país da América Latina sediou o evento, que já passou por América do Norte (Canadá e EUA), Ásia (China), Europa (Suécia, Alemanha e França) e Oceania (Austrália e Nova Zelândia).

Desafios

Desenvolvimento: O país tem que mostrar à Fifa que está fomentando o futebol feminino no país. Atualmente, boa parte das jogadoras recebem apenas bolsas de ajudo de custo.
Crescimento: O Mundial tem de ser usado como um catalisador da modalidade no país.
Distâncias: As longas distâncias e viagens dentro do país para abrigar os jogos das 32 seleções podem ser um empecilho

Principais adversários

Até o momento, Alemanha, Holanda e Bélgica anunciaram a candidatura tripla para sediar o Mundial de 2027 e a África do Sul. Os Estados Unidos ainda estão avaliando se vão se candidatar para 2027 ou 2031.

Alemanha: Já sediou o Mundial em 2011, é bicampeã mundial e o futebol feminino já é consolidado no país.

Holanda: Atual vice-campeã mundial, sediou a Euro feminina em 2017, que proporcionou o desenvolvimento da modalidade no país.

Bélgica: Nunca sediou um grande evento, mas tem visto o crescimento da modalidade ano a ano, com mais de 50 mil jogadoras no país.

África do Sul: O país se vale da experiência de ter recebido o Mundial masculino em 2014 e também pelo continente africano não ter sediado a competição feminina. A seleção sul-africano estreou na competição em 2019 e também é campeã da Copa das Nações Africanas.


Fonte: O GLOBO